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Seguradoras dos EUA próximas da insolvência com perdas bilionárias

O índice de solvência das companhias de seguros dos Estados Unidos deverá piorar com perdas bilionárias previstas nos resultados de 2008, no rastro da dramática crise financeira e econômica global, alertam analistas.
Boa parte das seguradoras “monoline” (que seguram bônus) já estão próximas da insolvência, como mostra um simples cálculo do valor líquido como percentual do total dos ativos, conforme documento confidencial do do Institute of International Finance (IIF), que representa os maiores bancos do mundo.
Também as companhias de seguro de vida viram despencar seu índice de solvência, que reflete a capacidade de saldar obrigações no curto prazo.
As seguradoras americanas perderam US$ 243,6 bilhões desde 2007, quando a crise financeira começou a ter impacto. Conseguir captar dinheiro do setor privado tem sido um desafio e a injeção de capital até agora foi de US$ 124 bilhões. So no terceiro trimestre de 2008, as perdas alcançaram US$ 70 bilhões, e o prejuízo deverá ainda maior no quarto trimestre com “investimentos não realizados”.
Nesse cenário, as companhias de seguro de vida estão ativas tentando obter financiamento atraves do Plano de Recuperação de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), do governo americano, que previa o aporte de até US$ 700 bilhões nos bancos que enfrentam problemas com ativos “tóxicos´´.
A MBIA e a Ambac, grandes seguradoras “monoline”, também tentam obter ajuda do governo. Elas são companhias de seguro que fornecem diferentes formas de seguro aos atores dos mercados financeiros. No começo, garantiam emissões de bônus de municípios e Estados. Depois passaram a garantir produtos estruturados ou derivados e estão em situação calamitosa com a crise.
Na Europa, as companhias de seguros continuam a ter uma situação diferenciada das americanas, seus balanços seriam menos expostos a ativos tóxicos, mas não escapam do desastre global.
A Swiss Re, a número um mundial de resseguros, sofreu perda de 1 bilhão de francos suíços em 2008 e teve que depreciar 6 bilhoes de francos suíços de ativos. A companhia teve que pedir socorro de 3 bilhões de francos junto à Berkshire Hathaway, do investidor americano Warren Buffet.
Agora, a empresa busca mais 2 bilhões de francos suíços para voltar a um nível “sólido de capitais”, mas descarta recorrer ao governo suíço, como fez o UBS.
A Zurich Financial Services foi menos atingida, mas registrou queda de 47% no lucro líquido, que ficou em US$ 3 bilhões no ano passado. A direção da empresa diz não ver melhora significativa da situação econômica no curto prazo.

Fonte: Valor

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