Seguradoras diante das enchentes e dos sinistros
Os primeiros meses de 2010 já entraram para história como um dos períodos de maior quantidade de chuvas na capital paulista, desde o início das medições, em 1943, conforme dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). E, de fato, já virou rotina se deparar com pontos de alagamentos e grandes enchentes, que certamente impactam na sinistralidade do ramo de veículos. De acordo com o presidente do Sincor-SP, as companhias estão estudando o comportamento da carteira e “já é possível esperar um aumento entre 10% e 20%, a partir de abril, se as enchentes continuarem provocando estragos na cidade”. Mas Arruda pondera que outros fatores podem influir na decisão das seguradoras. “Mas não podemos esquecer que o ramo ganhou em rentabilidade com o aumento da frota segurada em 2009 e a concorrência acirrada no segmento é outro aspecto que pode inibir a elevação dos prêmios”, acrescenta Arruda. Os executivos ouvidos pelo MidiaSeg não confirmam o aumento, nem admitem que pensam em fazer alguma modificação nas características do produto em decorrência das enchentes. Orientação aos segurados.Diante da situação, a Porto Seguro, que possui mais de 850 mil veículos segurados na Grande São Paulo, tem se empenhado para orientar os segurados que enfrentam problemas com os constantes alagamentos.A preocupação decorre do aumento da sinistralidade verificado em alguns momentos críticos. Recentemente, numa madrugada de grande temporal, o volume de socorros obrigou a Porto Seguro a montar operação especial para atender os chamados, que foram 371% acima do habitual. Desse total, 45% dos serviços estavam relacionados com a inundação do veículo, parcial ou total. A política de apoio e orientação aos consumidores é também um dos focos da Marítima Seguros, cuja frota segurada na Grande São Paulo é superior a 150 mil veículos. O diretor de Automóveis, José Carlos de Oliveira, destaca que a companhia prepara constantemente as empresas parceiras de Assistência 24 Horas, visando dar apoio integral aos segurados. “Nossa missão é deixar claro que, em primeiro lugar, o segurado deve se proteger e preservar sua integridade física. Mas também é aconselhável evitar algumas regiões da cidade propícias a alagamentos”, completa José Carlos. Quanto ao prêmio que será praticado a partir de abril, o executivo aponta outras variáveis – como índice do roubo de veículos e de colisões – cuja convergência, em conjunto com as enchentes, podem resultar ou não no aumento do prêmio. Mas ele revela que “a indenização integral aumenta em cerca de 15% nas épocas com maior ocorrência de chuvas”. Documentação em dia. Ninguém gosta de usar o seguro, mas quando é necessário, seja por enchente, colisão, furto ou roubo do veículo, um dos itens mais importantes para o consumidor é ter a documentação em dia do automóvel e do seguro. A diretora da Marinho Despachantes, Elza Aguiar, acrescenta que o corretor de seguros deve ficar atento para informar a seguradora que o veículo está livre de débitos com alguma financeira, caso contrário é possível que o segurado enfrente atrasos no recebimento da indenização. Além do certificado de propriedade do veículo, devem ser entregues os comprovantes, devidamente quitados, de IPVA, licenciamento e multas. A recomendação final é para quem compra veículos e tarda para providenciar a transferência. No caso de sinistro, haverá solicitações de mais documentos, gerando mais demora e dores de cabeça. Dicas de proteção ao segurado e ao automóvel. O Porto Seguro Auto fornece aos segurados e motoristas em geral algumas informações sobre como proceder ao se deparar com um alagamento: Evitar atravessar vias inundadas, pois podem conter buracos ou outros obstáculos encobertos pela água. Além disso, há a possibilidade do veículo flutuar e ser arrastado pela enxurrada, o que coloca em risco a segurança do motorista e dos passageiros. – Nunca tentar dar a partida no veículo se ele “morrer” dentro d'água. Neste caso, o motor pode aspirar água e ser danificado. Evitar estacionar o veículo em locais com probabilidade de inundação. Se isso não for possível e o carro se encontrar alagado, também não tentar ligá-lo em hipótese alguma.
Fonte: AIDA
