Seguradoras devem ampliar questões ASG em 2022
Até março de 2022, estará em consulta pública a minuta de circular da Susep que exige a inclusão dos riscos de sustentabilidade na estrutura de gestão de risco tradicional das empresas de seguros.
O documento demanda também a criação de uma Política de Sustentabilidade e a elaboração de um relatório anual, que apresente riscos e oportunidades relacionadas aos aspectos ASG (ambiental, social e governança) e climáticos.
A minuta prevê o estabelecimento de processos e controles específicos para a gestão dos riscos de sustentabilidade e até a possibilidade de limites para concentração de riscos e/ou restrições para a realização de negócios.
Para a Diretora- Executiva da Confederação Nacional das Seguradoras- CNseg, Solange Beatriz, é importante destacar que a Susep não irá impor limites ou restrições, mas irá fornecer um conjunto de diretrizes que deve orientar decisões de negócios das empresas. A proposta não cria um risco novo para ser adicionado ao capital regulatório das seguradoras. Os riscos de sustentabilidade devem estar integrados à gestão dos demais riscos que já são regulados: os de subscrição, de crédito, de mercado, operacional e de liquidez, explica.
O documento também aborda a consideração de critérios de sustentabilidade para seleção de investimentos. Esses parâmetros deverão constar nas Políticas de Investimento das empresas indicando em qual parcela da carteira eles serão aplicados. O objetivo não é definir o que é um investimento verde ou de impacto, nem qual parcela da carteira deve ser direcionada para investimentos dessa natureza. A abordagem prevista permite que as empresas definam seus próprios critérios e seus apetites a esses tipos de investimentos.
Solange Beatriz avalia ainda que a preocupação com o tema ASG não é novidade para as seguradoras. Segundo o último Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros de 2020, elaborado anualmente pela CNseg desde 2015, 90,5% das empresas participantes já integram questões ASG em seus planejamentos estratégicos e 47,4% incluem critérios de sustentabilidade na gestão de investimentos e nos processos de subscrição de riscos. O desafio para 2022 será ampliar a inserção do tema no dia a dia.
As exigências regulatórias que impõe às seguradoras a consideração de aspectos de sustentabilidade compõe peça-chave para estabelecimento de um modelo de supervisão que fomente o desenvolvimento sustentável do setor financeiro nacional. Esses aspectos passaram a ser exigidos, recentemente, pelo Banco Central e também pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Fonte: NULL