Seguradoras de vida já não estão tão estáveis
As ações do setor começaram a ser pressionadas nos últimos meses devido ã fraqueza em suas enormes carteiras de títulos de dívida e à turbulência em seus produtos de anuidades variáveis – produtos de investimento para aposentadoria que se tornaram mais custosos para as companhias que os vendem quando as bolsas despencaram.Um setor que antes parecia estável, o de seguradoras de vida, cada vez mais parece uma aposta concentrada no mercado como um todo.Ontem, foi uma aposta ruim. Ações de seguradoras de vida despencaram nas bolsas americanas, tendo à frente a Lincoln National Corp., que caiu 38%, depois que a companhia anunciou, no fim da sexta-feira, que iria retirar seu pedido de emissão de títulos sob um programa de garantia de dívida tocado pela FDIC, a agência seguradora de depósitos bancários dos Estados Unidos.
Ações de outras seguradoras de vida também caíram mais do que os 3,3% de queda da Média Industrial Dow Jones. MetLife Inc., Prudential Financial Inc. e Hartford Financial Services Group Inc., todas tiveram quedas de dois dígitos.
As ações do setor começaram a ser pressionadas nos últimos meses devido ã fraqueza em suas enormes carteiras de títulos de dívida e à turbulência em seus produtos de anuidades variáveis – produtos de investimento para aposentadoria que se tornaram mais custosos para as companhias que os vendem quando as bolsas despencaram.
Essas exposições tornaram o setor mais sensível aos giros do mercado. Seguradoras de vida dispararam com a alta do mercado este mês. O índice Dow Jones Wilshire para seguradoras de vida americanas subiu 77% de 9 de março até sexta-feira, período em que a Média Dow subiu 19%. Mas com a queda de ontem, o índice Wilshire caiu 14,5%.
Essas seguradoras pareciam mais estáveis do que bancos, porque tendiam a investir em ativos que sempre foram seguros, como títulos de dívida de empresas e de municipalidades americanas. Mas ultimamente o mercado parece crer que mais baixas contábeis são inevitáveis, especialmente nos títulos de investimento lastreados por créditos imobiliários que algumas dessas empresas compraram.
Fonte: Valor