Seguradora do BB pode ficar sócia da SulAmérica
Negociação prevê que a SulAmérica seja majoritária na associação com o Banco do Brasil
Avançadas, as conversas entre o Banco do Brasil e a SulAmérica preveem uma associação entre as duas instituições, sem aquisição do controle acionário da seguradora. Essa é uma das condições colocadas à mesa pelo banco federal para a negociação com a empresa, que é controlada pela família Larragoiti e a holandesa ING. Fonte da equipe econômica afirma que a intenção é criar uma parceria semelhante à feita entre o BB e o Banco Votorantim.
“O banco não quer ser majoritário. O modelo mais adequado é o adotado no negócio com o Votorantim em que o BB vira sócio minoritário, mas tem participação ativa na gestão da instituição”, diz a fonte, que acompanha as negociações. Desde janeiro, o BB tem 49,99% das ações do Votorantim e a família Ermírio de Moraes manteve o controle acionário da instituição com 50,01% dos papéis.
Ao governo federal, a direção do BB defende esse modelo de negócio, em vez da compra, porque a associação permite manter a agilidade de empresa privada. O argumento sustenta que se o BB tiver mais de 50% das ações com direito a voto seria necessário, por exemplo, realizar concurso para contratar funcionários. Se usado o modelo do Votorantim, as decisões continuariam a ser tomadas no ritmo do setor privado.
Mas há um obstáculo para o fechamento do negócio: uma intrincada rede de parcerias e sociedades do BB no setor de seguros. A fonte classifica a situação do banco como “complexa”: a instituição tem participação acionária em seis diferentes companhias no ramo de seguros, previdência e capitalização. Em três delas, inclusive, a sociedade é com a própria SulAmérica.
“Há uma repetição de sócios e setores que torna o fechamento de qualquer negócio mais delicado. É preciso resolver todas as questões relativas a essas parcerias para só depois acertar eventual negócio com a SulAmérica. É hora de o BB repensar todo o negócio de seguros”, diz.
As longas conversas entre representantes do BB e da SulAmérica têm como foco principalmente três subsidiárias: BrasilVeículos, BrasilSaúde e BrasilCap. Nessas três companhias, BB e SulAmérica dividem a sociedade.
O principal desafio do BB está em como usar a posição nessas companhias no eventual negócio com a SulAmérica. Qual o valor dessas subsidiárias na transação e como será a nova estrutura após a operação são duas das várias questões analisadas atualmente. Há, inclusive, a possibilidade de fusão entre subsidiárias quando o negócio for anunciado.
O principal atrativo da associação do BB à SulAmérica é a possibilidade de o banco entrar mais agressivamente no segmento de veículos. À frente de uma das maiores redes de corretores independentes no País, a SulAmérica tem posição privilegiada nesse segmento em que o BB tem atuação discreta.
NÚMERO 49,99% é o porcentual que o BB detém no Banco Votorantim, da família Ermírio de Moraes. situação que poderá se repetir na SulAmérica
Fonte: Seguro em Pauta