Segurador vê novos nichos de mercado
O Brasil não está em crise, mas poderá sofrer algumas conseqüências da deterioração do cenário econômico internacional, conforme avalia o presidente da Allianz Seguros, Max Thiermann, que diz não estar pessimista nem otimista quanto ao que virá pela frente. De qualquer forma, ele entende que o País reúne condições de enfrentar e superar eventuais obstáculos com relativa tranqüilidade. Mas nem todas as iniciativas devem partir do Estado. A iniciativa privada tem papel importante a cumprir, qual seja a de continuar investindo, mesmo diante da crise. É preciso ter uma visão de longo prazo, defende o executivo.
Max Thiermann acrescenta que as principais carteiras de seguros não estão sofrendo com a redução do ritmo de expansão da economia brasileira neste último trimestre do ano. Segundo ele, no segmento de veículos o incremento acumulado até o início de outubro (perto de 13%) garante um resultado positivo no encerramento do ano. Também na previdência privada ele acredita na manutenção do crescimento, até porque, tradicionalmente, o último trimestre é sempre o melhor para empresas que atuam no setor de planos de aposentadoria complementar aberta.
Para ele, é importante ter em mente que crises também trazem novas oportunidades de negócios. Nesse sentido, Max Thiermann entende que o mercado de seguros poderá explorar novos nichos importantes até mesmo onde há, agora, mais riscos que no passado. É o caso do seguro rural. Governo está abrindo esse setor para a iniciativa privada e há muito espaço para trabalhar, acredita o presidente da sucursal brasileira da alemã Allianz, mesmo reconhecendo que as mudanças climáticas trouxeram problemas e mais sinistros à carteira agrícola.
No ramo agrícola, inclusive, o faturamento de R$ 47,467 milhões da seguradora deu um salto acima de 18% até outubro, pelos números da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Em dez meses, o incremento mais expressivo foi no seguro agrícola, de nada menos que 2.221,8%, embora a receita de R$ 2,262 milhões ainda tenha pequeno peso na composição da carteira rural da empresa.
A atividade de seguros, na opinião do executivo, ficará um pouco mais concentrada. Contudo, ele assegura que a Allianz não pensa em adquirir concorrentes no mercado brasileiro. Vamos manter a estratégia de ter um crescimento orgânico. Tem dado certo e estamos satisfeitos, argumenta.
Com relação ao mercado global de resseguro, ele diz que é difícil fazer qualquer previsão neste momento. Max Thiermann assinala, contudo, que já não é mais tão clara a possibilidade de queda de preços como era esperado no início do ano.
Já o economista Alexis Cavichini entende que o fato de a inflação continuar em um patamar mais baixo estimula a contratação de seguros de pessoas. O consumidor está mais adaptado ao produto seguro. Creio que em 2009 haverá um forte crescimento no ramo de pessoas, prevê. Ele afirma ainda que são boas as chances de o mercado manter o ritmo de crescimento no próximo ano. Lembro que, atualmente, com toda a crise econômica mundial, o setor registra crescimento de 18%, índice espetacular para o Brasil, conclui o economista.
Fonte: Jornal do Commercio