Royal vai às compras na América Latina
São Paulo e Santiago do Chile, 17 de Março de 2006 – O diretor financeiro da Royal & Sun Alliance (RSA), Sven Robert Will, tem olhado com muita atenção os balanços das seguradoras brasileiras para ver se encontra uma boa oportunidade de negócios. “Temos autorização para procurar boas oportunidades no Brasil. Uma das exigências é que a empresa tenha um índice combinado (prêmios menos indenizações e despesas) inferior a 100%”, informou Will.
O interesse do grupo inglês não se restringe ao Brasil. “O objetivo é fortalecer a participação na América Latina, em operações rentáveis”, disse o executivo da subsidiária brasileira. Em entrevista a Reuters, o diretor da RSA para a América Latina, Kelvin Edwards, disse que a Royal não está em negociação no curto prazo: “estamos procurando”, referindo-se ao Brasil e ao México, em entrevista coletiva em Santiago, Chile.
A meta é elevar a receita bruta na região para US$ 1 bilhão em um prazo de três anos, ante os atuais US$ 700 milhões. Em outubro do ano passado, a Royal comprou a Seguros Generales Cruz del Sur, no Chile, e sua empresa irmã na Argentina por US$ 119 milhões. A união da Cruz del Sur e dos ativos da Royal no Chile criará, quando a negociação for aprovada, a maior seguradora de ramos elementares do país, com 20%. A expectativa é obter a aprovação nos próximos dias.
Will informou que já olhou muitos negócios no Brasil, mas nenhum estava dentro do perfil do que a empresa busca. Querem crescer em transportes, que hoje representa 40% das vendas no Brasil, e também riscos empresariais, responsabilidade civil geral, riscos de engenharia, frotas de empresas e apólices de vida em grupo. Nada de saúde e previdência. Sem limites financeiros para a compra, a lupa do executivo passou pelo interesse da Itaú Seguros em ter um parceiro para grandes riscos, negócio fechado com a XL Capital, até carteiras de transportes de corretoras de seguros especializadas. Como o foco da Itaú era resseguros, as conversas sequer foram iniciadas.
O objetivo da Royal no Brasil é crescer 20% em faturamento em 2006, acima dos 17% do ano passado, com R$ 225 milhões. Transportes registrou prêmios de R$ 150 milhões, alta de 40%.
Mundialmente, o grupo Royal divulgou prêmios de £ 5,4 bilhões em 2005, alta de 6% em relação ao ano anterior. O índice combinado do grupo ficou em 93,8%. O lucro líquido foi de £ 605 milhões, melhor do que a perda de £ 80 milhões de 2004, consequência da saída do grupo dos Estados Unidos. “A meta é comprar empresas com índice de até 95%. Como no Brasil a contabilidade deste índice é diferente e as taxas de juros são muito elevadas, podemos ir até 100%”, explicou o diretor da Royal.
Fonte: Gazeta Mercantil