Rodovias ficam com espanholas
Empresas espanholas arremataram seis dos sete lotes de rodovias federais oferecidos pelo governo à iniciativa privada. Juntas, OHL e Accion ficaram com 2.278 quilômetros de estradas no Sul e Sudeste do País, de um total de 2.600 km leiloados. A única brasileira a vencer um trecho na disputa foi a BRVias, consórcio formado pela Splice (do empresário Antonio Beldi), Áurea (da família Constantino, da Gol) e Walter Torre, que levou 321 km da BR-153, a chamada Rodovia Transbrasiliana.
A maior vencedora foi a OHL, que já detinha 1.150 km de estradas em quatro concessões rodoviárias no interior de São Paulo. A espanhola ignorou os grandes e tradicionais investidores do setor e fez ofertas surpreendentes. Com propostas agressivas, de desconto de 39,35% a 65,43%, a companhia ganhou a disputa de cinco lotes de rodovias, incluindo as das duas mais disputadas: a Regis Bittencourt (BR-116) e a Fernão Dias (BR-381).
Com os lotes arrematados ontem, a OHL passa a deter a maior malha de concessão rodoviária do País: 3.225 quilômetros.
“Espetacular”, foi como reagiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ser informado sobre o resultado do leilão.
A próxima concessão de rodovias federais será por um prazo mais curto e, provavelmente, embutirá rentabilidade menor do que os sete trechos leiloados ontem. “Hoje, a taxa de retorno de 8,95% ao ano passou a ser teto”, disse o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Fonte: Jornal do Commercio