Risco despenca com retorno de investidor
São Paulo, 10 de Agosto de 2006 – O menor índice para o País em todos os tempos é resultado da reversão dos juros nos EUA. O risco-Brasil, indicador do grau de confiança do investidor estrangeiro no País, recuou 3,7% ontem e bateu novo recorde, atingindo 208 pontos. “O recorde é mais um efeito pós-Fed”, diz o economista Octavio de Barros, diretor do Bradesco. “Resulta da melhora da percepção de risco em relação aos emergentes, em especial o Brasil.”
O recorde anterior ocorrera em 2 de maio, quando chegou a 213 pontos, antes do início da mais recente onda de volatilidade nos mercados, por conta da indefinição sobre a trajetória do juro americano. Investidores se desfizeram de ativos de emergentes e foram buscar a segurança dos títulos do Tesouro americano. Bastou a reunião do Fed desta semana, com a pausa no aperto monetário, para que investidores iniciassem o caminho de volta, em busca dos juros mais altos pagos pelos emergentes. “A tendência é que o risco-Brasil rompa os 200 pontos, o que fortalece o real e pode atrair investidores para a bolsa”, acrescenta Barros.
O risco-país é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos (os chamados “treasuries”). O risco mede, portanto, o excedente que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus americanos. O número registrado ontem, de 208 pontos-base para o risco-Brasil, significa que o País paga uma sobretaxa de 2,08 pontos percentuais acima do que desembolsa o Tesouro americano. Se um treasury de dez anos paga 5,5%, um papel brasileiro de mesmo prazo pagará 7,58%.
B-1(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Jiane Carvalho)
Fonte: Gazeta Mercantil