Rio Grande do Sul e Fenaseg buscam incentivar seguro rural
Com o objetivo de aumentar a proteção da área agrícola brasileira, dois
projetos estão sendo desenvolvidos no País. O primeiro deles acontece no Rio
Grande do Sul, onde governo e representantes do agronegócio irão implantar
um sistema de georeferenciamento de todas as áreas agricultáveis do estado
para definir os riscos existentes em cada área do estado, reduzindo assim o
valor dos prêmios pagos pelo seguro.
Outra medida em andamento é a da Federação Nacional das Empresas de Seguros
Privados e de Capitalização (Fenaseg). A entidade criou uma comissão de
seguro rural, presidida por Wady Cury, que irá criar um banco de dados que
permita entender a dinâmica do setor. ?Atualmente, falta capacidade às
seguradoras para atender a demanda do setor. Por isso, estamos trabalhando
para capacitar técnicos e criar métodos para a implantação do seguro rural
no Brasil?, explica Cury. Como exemplo da baixa eficiência do sistema de
seguro rural brasileiro, Cury compara duas regiões do Paraná. ?A média de
valor nos prêmios do seguro rural gira em torno de 7% da importância
segurada. No entanto, na região de Ponta Grossa, onde quase nunca há perdas,
esse valor é muito alto. Já em Cascavél, onde há perdas, o seguro se torna
barato. Temos de encontrar um método justo de cobrança.?
Para o executivo, o produtor também não tem acesso a todas as informações do
setor. ?Em 2005, por exemplo, o governo federal liberou R$ 10 milhões para
subvenção de prêmios do seguro rural. Este ano, o montante anunciado é de R$
45 milhões. E o produtor não tem conhecimento do fato.
Atualmente, do total segurado no Brasil, 80% está concentrado no Paraná,
para as culturas de soja e milho. O total de prêmios de seguro rural em 2005
foi pouco mais de R$ 24 milhões, sendo que o seguro no Brasil, globalmente,
é de R$ 50 bilhões?.
Rio Grande do Sul
Sendo um dos estados mais castigados pelos problemas climáticos nos últimos
anos, o Rio Grande do Sul, por meio do Centro do Agronegócio e da Federação
da Agricultura do estado (Farsul), tem trabalhado em um programa de
georeferencimento que deverá identificar e localizar as áreas com maior
risco no estado. ?Esse serviço deve dar origem a uma forma justa de cobrança
pelos prêmios e poderá reduzir o custo que o produtor terá com o seguro?,
avalia o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.
De acordo com o executivo, a idéia é implantar o sistema já para a safra
2006/07, e o sistema poderia atender todos os agricultores do estado. ?O que
efetivamente dificulta a adesão ao seguro rural no Brasil é o pouco
conhecimento que as seguradoras têm da atividade agrícola?.
Fonte: DCI OnLine