Revista publica entrevista com a presidente da SOU SEGURA

A Revista Previdência & Seguros, editada pelo Sincor-RJ, publicou entrevista exclusiva com a presidente da SOU SEGURA, Simone Vizani, intitulada “Diversidade e inclusão melhoram resultados das empresas”.

Veja o texto, abaixo, na íntegra:

Advogada e professora da ENS, Simone Vizani assumiu a presidência da SOU SEGURA no segundo semestre de 2020 como uma missão ada fácil. Suceder Margo Black, presidente da Swiss Re Brasil, no comando de um movimento que tem como pilar básico a busca pela equidade, a inclusão e a diversidade no mercado de seguros.

Desde então, tem alcançado algumas metas importantes, embora reconheça que há muito ainda para conquistar. “Há uma evolução na busca pela diversidade e isso é muito bom para as empresas, pois favorece a inovação e torna o ambiente corporativo mais saudável. Sem dúvida, a diversidade e a inclusão são fatores importantes para que as empresas tenham melhores resultados”, afirma, nesta entrevista exclusiva para a revista Previdência & Seguros.

Segundo Simone Vizani, além dos resultados melhores, a diversidade traz mais produtividade, aprimoramento da imagem pública da empresa, melhor relacionamento entre os colaboradores. “A diversidade gera muito mais ideias e propostas inovadoras. Não é por mera gentileza das empresas. Diversidade traz lucro, que é o que move o mundo corporativo”, ressalva a presidente da SOU SEGURA.

Veja a entrevista:

P&S – Qual o foco de atuação da SOU SEGURA, representa as mulheres que atuam no mercado de seguros, inclusive as Corretoras?

SIMONE – Legalmente, a SOU SEGURA surgiu como associação. Mas, é muito mais que isso. Somos um movimento que defende grandes causas, como a diversidade, a inclusão e a equidade. E essas causam têm tudo a ver com o mercado de seguros, cuja missão básica é proteger pessoas. Então, a inclusão está no DNA do setor. A nossa luta é para que seja feita justiça e todos tenham oportunidades para alavancarem sua carreira.

Além disso, oferecemos vários benefícios a quem adere ao nosso movimento, incluindo ferramentas que servem de base para o desenvolvimento profissional, oportunidade de networking, até no âmbito internacional, e realocação no mercado de trabalho. Há ainda convites para atuar como palestrante em eventos, treinamentos e mentoring. Todas têm também diferenciação de valores para participarem de eventos, recebem diariamente a newsletter do mercado de seguros e podem publicar artigos próprios no nosso portal.

P&S – Qual a importância da diversidade e da inclusão para o ambiente corporativo, inclusive em empresas Corretoras de Seguros?

SIMONE – Há uma evolução na busca pela diversidade e isso é muito bom para as empresas, pois favorece a inovação e torna o ambiente corporativo mais saudável. Sem dúvida, a diversidade e a inclusão são fatores importantes para que as empresas tenham melhores resultados. Já passou da hora de o mundo corporativo enxergar a inclusão e a diversidade como ferramentas indispensáveis.

P&S – Algumas pesquisas indicam que as empresas que buscam maior diversidade nos seus quadros de colaboradores têm funcionários mais engajados e dispostos a irem além das suas responsabilidades. Esse fator tem favorecido a inclusão nos processos de seleção?

SIMONE – Com certeza, sim. É um processo natural. Além dos resultados melhores, a diversidade traz mais produtividade, aprimoramento da imagem pública da empresa, melhor relacionamento entre os colaboradores. A diversidade gera muito mais ideias e propostas inovadoras. Não é por mera gentileza das empresas. Diversidade traz lucro, que é o que move o mundo corporativo.

P&S – Por que motivo as mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança em empresas do mercado de seguros, embora já correspondam a mais de 55% da mão de obra no setor?

SIMONE – Essa questão é um dos pilares da atuação da SOU SEGURA. Está comprovado que as mulheres são plenamente capacitadas para assumir postos de comando e, mais que isso, gerar resultados expressivos. É justo reconhecer que, no mercado de seguros, muitas mulheres estão em postos de liderança de várias empresas. Não por acaso, essas empresas figuram entre aquelas que se destacam no setor. Mas, é preciso avançar mais.

P&S – Ainda há diferenças expressivas na remuneração de homens e mulheres que atuam no mercado de seguros?

SIMONE – Na questão dos salários, infelizmente, ainda existem situações como a de mulheres que recebem uma remuneração menor, mesmo exercendo as mesmas funções que colaboradores homens.

P&S – E como mudar esse quadro?

SIMONE – Nós, mulheres, não queremos favores. A luta da SOU SEGURA é para que seja feita justiça no mundo corporativo, que seja reconhecido o empenho, a dedicação e a qualificação das mulheres que atuam ou que podem vir a atuar no setor. Aliás, uma das nossas metas é que os processos seletivos passem a ignorar a questão do gênero. Não parece tão difícil, certo?

P&S – A SOU SEGURA também tem atuação forte na defesa de minorias. Neste caso, o que tem sido feito pelo movimento?

SIMONE – A SOU SEGURA promove vários eventos, lives e programas na TV Segura, nosso canal no Youtube, sobre esse tema. É também uma das nossas mais relevantes causas. Temos participado ativamente em movimentos, ações o “Dive In Festival”. Na última edição, em setembro do ano, houve debates entre profissionais do mercado de seguros sobre temas relacionados à diversidade de gênero, LGBT +, etnia, deficiência, locais de trabalho multigeracionais e saúde mental.

O Dive In é um movimento global no setor de seguros para apoiar o desenvolvimento de culturas inclusivas no local de trabalho. Já este ano, em 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, promovemos algumas ações nas redes sociais, citando, inclusive, a pesquisa realizada pela consultoria Mais Diversidade, segundo a qual mais da metade das pessoas LGBTQIA+ não se sentem seguras para falar abertamente sobre a própria orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente profissional, Além disso, 74% dos entrevistados acreditam que o seu ambiente de trabalho poderia ser mais inclusivo.

O mesmo levantamento nos mostra que 54% dos entrevistados acreditam ser fundamental ter mais referências de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho. Fazer do ambiente de trabalho um lugar seguro para todos é uma obrigação dos empregadores.   

Fonte: NULL