Receita chegará a R$ 100 bi este ano
O economista e professor de finanças da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexis Cavichini, previu nesta quinta-feira que os mercados de seguros, previdência complementar aberta e capitalização vão fechar o ano com faturamento atingindo a marca histórica de R$ 100 bilhões, o equivalente a US$ 62,5 bilhões, considerando o dólar médio a R$ 1,60. Se confirmada a previsão, o mercado brasileiro crescerá cerca de 18% em relação a 2007, ano em que a receita ficou em R$ 84,3 bilhões, segundo dados da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg).
Diante do faturamento estimado, Alexis Cavichini sustentou que o brasileiro vai gastar este ano US$ 332 na compra de produtos disponíveis no mercado, valor que colocará o Brasil na posição de segundo maior consumidor de seguros e previdência por habitantes na América Latina, só superado pelo Chile, onde o consumo projetado é de US$ 380. Ele lembrou que nessa comparação estão excluídos os paraísos fiscais, em particular as Bahamas e Trinidad Y Tobago, países sede de inúmeras seguradoras cativas e offshore, que vendem seguros em diferentes partes do mundo e contabilizam nas suas filiais, ou matrizes, localizadas nesses estados independentes.
Em relação ao consumo per capita mundial de seguros, o economista revelou que este gasto está estimado em US$ 615 por ano. Os principais destaques são a Grã-Bretanha e a Irlanda, onde o consumo per capita supera US$ 7.100 per capita.
Outro dado expressivo citado pelo economista refere-se ao crescimento dos seguros na China. Alexis Cavichini comentou que se incorporada ao seu mercado a receita de prêmios produzida em Hong Kong, politicamente já subordinado a China Continental, bem como o faturamento de Taiwan, a China torna-se o sexto mercado mundial de seguros, devendo ultrapassar a Alemanha dentro de dois anos e a França em três ou quatro anos. Entre 2014 e 2015, a China será o quarto maior mercado de seguros do mundo, vaticinou.
LIVRO. Segundo ele, o mercado global de seguros superará os US$ 4,3 trilhões ao fim deste ano. Apesar dos países ricos estarem com a economia em desaceleração, ele disse que os seguros de vida continuarão em expansão, embora mais lentamente na comparação com os últimos anos, sustentados pelos planos de previdência.
Quanto ao desempenho do seguro e da previdência no País, a visão do professor da UFRJ é otimista. O mercado segurador brasileiro vai experimentar um crescimento maior do que os bancos nos próximos dez anos, sentenciou Alexis Cavichini, que nesta quinta-feira fez uma apresentação, no Rio de Janeiro, do livro ´A História dos Seguros no Brasil´, escrito com a colaboração de seis experientes jornalistas: Denise Bueno, Fernando de Mello, Jorge Clapp, Paulo Amador e Ubiratan Solino, e dos nossos patrocinadores. A obra será lançada em agosto, patrocinada pelas seguradoras Bradesco, Prudential, Aliança do Brasil, Itaú e Porto Seguro e pela corretora Aon.
O livro também se propõe a traçar um panorama da evolução do setor e sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico do País, contendo análises econômicas sobre sua expansão e importância.
Fonte: Jornal do Commercio