Ramo de pessoas será o único a crescer até 2011
O ramo de pessoas – que engloba os seguros de vida, acidentes pessoais e o VGBL – responderá por mais de 50% da receita global do mercado já em 2011. Atualmente, esse segmento gera 45,9% do faturamento total do setor. A projeção é feita pela Confederação Nacional de Seguros (CNSeg), que aponta os produtos da linha VGBL/VAGP e VRGP como os que mais crescerão, passando de 23,9% para 32,4% de participação na receita. O faturamento total do setor deverá passar dos R$ 100 milhões (atingindo R$ 112 bilhões) pela primeira vez na história já no próximo ano.
Segundo a confederação, já em 2008 deverá haver um salto de 22% do ramo de pessoas, com a receita ultrapassando o patamar de R$ 47 bilhões. A carteira de automóveis, cuja fatia oscila hoje em torno de 16,1% vai perder espaço, caindo para 15,2%. Mesmo assim, após andar de lado em 2007, quando cresceu apenas 1,9% em relação ao exercício anterior, o seguro de veículos deve crescer bem nos próximos anos, com variações deverão ficar entre 12% e 14% em 2008 e 2009 e em torno dos 7% nos dois anos seguintes.
A previdência aberta, que respondeu por 9,4% do faturamento global do setor em 2007, também perderá espaço, com sua fatia passando para 7,1% em 2011. Deverá haverá retração tanto na fatia correspondente ao PGBL (de 5,4% para 4,2%) quanto nos planos tradicionais (de 4% para 2,9%).
A Fenaseg projeta crescimento de 8,9% desse setor em 2008 e de 6,7% no próximo ano. Já em 2010 e 2011 a variação não deverá passar de 1,5%. A federação também prevê queda, ainda que irrisória (0,1%) da receita gerada pelos planos tradicionais em 2010 e 2011. As projeções também não são boas para o setor de capitalização, que verá cair de 9,3% para 8,2% a sua participação na receita global do mercado. Neste caso, os percentuais de crescimento irão decrescer progressivamente, passando de 11,9% esperados para este ano a 8,5% em 2011.
O seguro saúde igualmente perderá força, com sua fatia sendo reduzida de 11,9% para 10,1% nos próximos três anos. Essa carteira deverá crescer 9,9% em 2008; 7,6% no próximo ano; 7,1% em 2010; e 6,6% em 2011. O ritmo de crescimento do mercado global deverá ser reduzido gradualmente nos próximos exercícios. Pelas estimativas da CNSeg, é possível crescer até 16,7% este ano. Esse percentual deverá cair para 14,5% no próximo exercício e para 9,6% em 2010. No ano seguinte, é previsto um incremento de 8,5%, se não houver surpresas até lá. Em valores, o faturamento do mercado passará de R$ 84,3 bilhões apurados em 2007 para R$ 134 bilhões em 2011.
Segundo o presidente da CNSeg, João Elísio Ferraz de Campos, diante da crise internacional, o momento é de muita reflexão. Contudo, ele prega a necessidade de o mercado manter uma postura otimista. Não adianta ficar pessimista, pois isso não leva a lugar nenhum. Qualquer pessoa que diga algo sobre o que vai acontecer, está completamente enganada. Nosso mercado não foi afetado até agora porque é regulado e fiscalizado por um conjunto de normas que prezam pela transparência de informação e por fatores que garantem a segurança do contratante, afirmou o executivo, durante evento realizado, semana passada pelo Clube da Bolinha, que reúne profissionais do mercado.
Fonte: Jornal do Commercio