QUIMIOTERAPIA MUDA METABOLISMO CEREBRAL POR PELO MENOS 10 ANOS
A quimioterapia causa mudanças no metabolismo e no fluxo sangüíneo do cérebro durante pelo menos 10 anos depois do fim do tratamento, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira, o que pode explicar a desorientação mental que vários sobreviventes do câncer relatam.
“As pessoas que foram tratadas com quimioterapia muito freqüentemente tem dificuldades para se concentrar e lembrar coisas ou tarefas que devem executar, como podiam fazê-lo antes do tratamento”, explicou em um comunicado o doutor Daniel Silverman, encarregado de farmacologia médica na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (oeste), autor da pesquisa.
“Nosso estudo mostra pela primeira vez que os doentes que sofrem com estes sintomas têm alterações específicas do metabolismo cerebral em uma área essencial do córtex frontal”, acrescentou.
Das 21 mulheres que participaram do estudo e que sofreram uma intervenção cirúrgica para extirpar um tumor maligno no seio entre 5 e 10 anos antes, 16 foram tratadas com quimioterapia pouco depois da operação para evitar uma reincidência da doença.
Estes cientistas submeteram as mulheres e um grupo testemunha a uma tomografia para examinar seu cérebro, enquanto faziam exercícios de controle mental e de memória.
“Efetivamente, o cérebro das mulheres que foram tratadas com quimioterapia trabalhava mais intensamente que o do grupo testemunha para memorizar as mesmas informações”, disse Silverman.
Os especialistas calculam que pelo menos 25% das mulheres que tiveram câncer de seio e se submeteram à quimioterapia têm sintomas de confusão mental, mas segundo um estudo recente da Universidade de Minnesota (norte), esta taxa seria de 82%, afirmam os autores da pesquisa, publicada na edição on-line do jornal “Breast Cancer Research and Treatment”.
Mais de 211.000 novos casos de câncer de seio são diagnosticados anualmente nos Estados Unidos, o que faz deste tipo o mais freqüente no país.
Fonte: G1