Protagonismo feminino: do discurso à prática
Em artigo, a superintendente de Jurídico e Compliance da Generali Brasil, Tatiana Simões Rabello Franzoe, destaca que a luta da mulher pela equidade no mercado de trabalho não é de hoje, mas, ressalta que, ainda assim, “o resultado está distante do pretendido”.
Veja o texto, abaixo, na íntegra:
A luta da mulher pela equidade no mercado de trabalho não é de hoje, e ainda assim o resultado está distante do pretendido. Quando falamos em números, verificamos que as mulheres já ocupam 50%, ou mais, dos postos de trabalho nas organizações.
Mas, ao analisar a quantidade de mulheres em cargos executivos, a proporção de homens nessas posições é muito superior. Enquanto mulher, e com pretensão de alcançar posições executivas, sempre ouvi dizer que somos responsáveis pela nossa carreira o que nunca questionei.
Mas, foi apenas quando tomei consciência do que isso significava e traduzi essa frase em ações, comecei a chegar mais perto de meu objetivo. Para mim, ser responsável pela minha carreira significou estudar muito e estar sempre aberta a novos aprendizados.
Significou confiar no meu potencial, entender os meus pontos fortes e fracos e saber explorar os fortes para que eu me destacasse através deles. Significou traçar metas claras e compreender que a conquista de meus objetivos é de meu interesse, e não posso ficar esperando o meu chefe, a empresa que eu trabalho ou até o universo, realizá-los para mim.
Meus objetivos dependem, sobretudo, de minhas atitudes. Lendo mais a fundo sobre o comportamento de homens e mulheres no mercado corporativo, descobri que os homens, muitas vezes com qualificações e conquistas inferiores às das mulheres, não se sentem acanhados de falar de seus feitos.
Por outro lado, as mulheres, mesmo com um robusto currículo e muitas metas atingidas, não falam sobre isso. O motivo?
Por vergonha, por não se perceberem boas o suficiente ou mesmo ouvidas, além de serem interrompidas pelos homens durante a sua fala (o famoso manterrupting).
E, conhecendo os meus pontos fortes, passei a expor mais as minhas ideias, assumir a liderança de projetos multidisciplinares, me aperfeiçoar mais tecnicamente e sempre aceitar novos desafios. Mesmo que com um frio na barriga, mesmo que não parecesse tão natural.
Mas repeti isso tantas vezes, que passou a ser uma verdade para mim, e certamente contribuiu para o crescimento da minha carreira. Uma outra atitude essencial foi me cercar de pessoas, especialmente de mulheres inspiradoras.
Li muito sobre algumas delas e principalmente, tive a sorte de compartilhar espaços com mulheres fortes, empoderadas e que entendem que ajudar uma mulher em seu crescimento de carreira é ajudar a todas. Sou grata por tudo o que me ensinaram.
Elas fizeram com que eu quisesse seguir seus exemplos. Sabemos que muitas pessoas e empresas não estão medindo esforços para diminuir essa desigualdade de gênero.
Enquanto esse dia não vem, cabe à você, mulher, fazer a sua parte: assumir a responsabilidade e ser protagonista de sua carreira, ou continuar no mesmo lugar. O protagonismo é um caminho mais difícil, mas tenha a certeza de que você é capaz.
Todas nós somos.
Fonte: NULL