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Projeto de lei quer obrigar seguradoras a revelarem o nome de clientes mortos

no HolocaustoMIAMI, 28 Mar 2007 (AFP) – Parlamentares americanos apresentaram nesta quarta-feira um projeto de lei destinado a obrigar as seguradoras a revelarem os nomes de todas as pessoas que fizeram apólices durante a época do Holocausto, com o intuito de permitir que sobreviventes ou descendentes possam ter acesso a seguros de vida.
Há uma semana, uma comissão internacional criada para descobrir se as empresas pagaram os seguros na época aos sobreviventes ou familiares concluiu seus trabalhos após informar que haviam sido pagos mais de 300 milhões de dólares a cerca de 45 mil reclamantes, mas os congressistas afirmam que seu trabalho ainda não é suficiente.
Os pedidos dos mais de 45 mil parentes foram recusados porque não havia meios de provar o falecimento de seus familiares. Especialistas calculam que a dívida das seguradoras com seus clientes pode variar entre 17 e 200 milhões de dólares.
“A comissão fracassou em seus esforços para garantir que fossem revelados os nomes dos donos de apólices e pagos os reclamantes”, disse a parlamentar do estado da Flórida e autora da medida, Ileana Ros-Lehtinen.
Garantiu que os pagamentos facilitados pela Comissão Internacional de Reclames de Seguros da Época do Holocausto (ICHEIC) apenas alcançam cerca de 5% dos judeus que haviam comprado seguros de vida durante o período da Segunda Guerra Mundial. Os congressistas querem forçar as seguradoras que possuem negócios nos Estados Unidos a abrir seus livros e revelar os nomes de todas as pessoas que compraram apólices na época porque é a única maneira que os sobreviventes e familiares têm de provar que estavam segurados.
O regime nazista na Alemanha não emitia atestados de óbito dos prisioneiros levados aos campos de extermínio e documentos como apólices foram confiscados e destruídos.
A parlamentar disse ainda que mais de meio século após o fim da Segunda Guerra, empresas seguradoras e governos europeus “ainda se negam a revelar esses documentos, prolongando a injustiça”. A medida também permite aos reclamantes exigir das seguradoras nos Estados Unidos que os pagamentos sejam feitos, e estabelece multas para as empresas que não revelarem os nomes dos segurados da época.
“A obrigação dos EUA e da comunidade internacional é prover uma via legal para resolver os casos em aberto”, declarou o congressista Robert Wexler, que representa um distrito da Flórida com uma numerosa comunidade judaica.
Wexler realizará audiências públicas nesta quarta-feira em Washington para saber porque ainda não foram abertos ao público os chamados “Arquivos de Bad Arolsen”, na Alemanha. Acredita-se que sejam registros do destino das 17 milhões de pessoas, entre judeus, ciganos, homossexuais e incapacitados que passaram pelos campos de concentração nazistas, e que poderiam ajudar os reclamantes a comprovar a morte de seus familiares e conseguir o seguro.
A abertura dos arquivos foi anunciada no ano passado, mas apenas a Cruz Vermelha pôde ter acesso a eles para ajudar pessoas a descobrir o que de fato aconteceu a seus familiares.

Fonte: Uol Notícias

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