Projeção de inflação menor derruba juro
As taxas dos contratos futuros fecharam em queda na BM&F ontem, com os investidores ampliando as apostas em um corte maior da taxa básica de juros diante de uma revisão para baixo das projeções de inflação e do quadro de atividade fraca.
A queda do dólar e a recuperação ainda lenta da atividade têm levado os economistas a revisarem as projeções de inflação, com muitas instituições já prevendo um IPCA abaixo da meta de 4,5%.
A gestora Quantitas revisou a projeção de inflação para 4,4% neste ano, mas manteve a expectativa de Selic a 9,75% no fim do ano. “Os juros futuros refletem um corte da Selic próximo da nossa projeção, mas o risco é de uma taxa básica mais baixa”, afirma Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitas.
A taxa de juros do contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 10,895% para 10,865%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caiu de 10,67% para 10,60%.
A queda das taxas de juros com prazos mais longos ainda foi intensificada pela perspectiva de avanço das reformas no Brasil e pela pressão menor de alta das taxas dos títulos americanos (Treasuries). A incerteza sobre o impacto da política econômica do presidente americano Donald Trump tem levado o mercado a apostar que a autoridade monetária americana deve adotar uma postura mais cautelosa no processo de aperto monetário.
No mercado local, a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara e vitória de Eunício Oliveira (PMDB-CE) no Senado garantem ao governo apoio no comando do Congresso para acelerar a agenda de reformas, especialmente a da Previdência.
Fonte: Valor