Previdência tem oportunidades com o envelhecimento da população
A pirâmide etária brasileira mostra o que muito se fala: o Brasil está envelhecendo. Enquanto países como a França levaram 100 anos para dobrar a população acima dos 60 anos, o Brasil levou apenas 20. Junto com o envelhecimento vem também o aumento da longevidade, que traz desafios econômicos, mas também muitas oportunidades, destacou a Vice Presidente da Fenaprevi e Presidente da BrasilPrev Seguros e Previdência, Ângela Assis, durante o último Almoço do Mercado de seguros do ano de 2022, promovido pelo SINDSEGRS.
Segundo Ângela Assis, a longevidade traz o desafio de ter uma inflação duas vezes e meia a inflação normal, já que o custo de vida acaba ficando mais alto. As projeções apontam que a população economicamente ativa vai se inverter por volta de 2039, com as pessoas acima de 60 anos em número maior do que jovens. O que vemos hoje é a geração sanduíche, que é quando a pessoa cuida ao mesmo tempo dos filhos e dos parentes mais velhos, apontou.
Isso é muito comum porque, de acordo com Ângela, as pessoas não tem a cultura de guardar dinheiro. Hoje, 50% dos domicílios brasileiros tem um idoso. Para muitos, a renda deste idoso é fundamental. Em alguns casos, é a principal receita. Nosso papel é levar informação e solução para ajudar a proteger essas famílias. Cabe a nós aproveitar este cenário que a Covid proporcionou, que conscientizou as pessoas da importância de se preparar para eventuais infortúnios, afirmou.
Para ela, muitos reconhecem a importância de ter um plano de previdência, mas os que concretizam a contratação de um ainda são poucos. Um dos prováveis fatores é a crença de que a previdência privada é apenas para quem possui bastante dinheiro.
Ângela afirma que existem muitas opções no mercado, com planos iniciando em R$ 50, por exemplo. A previdência vai muito além da acumulação. É possível proteger a família contratando uma pensão se o provedor faltar, explicou. Outro desafio é trazer mais jovens para a previdência privada, já que quanto antes se começar, melhor. Viver mais é bom se conseguir viver bem. A maioria das pessoas que vai se aposentar pelo INSS nem sabe o valor da pensão que vai receber, alertou.
Embora a previdência complementar venha crescendo dois dígitos nos últimos anos, a participação no PIB ainda é muito baixa na comparação com outros países, o que sinaliza que há muito espaço para crescimento e trabalho a ser feito. Temos o papel fundamental de prover educação financeira e securitária no país, concluiu.
Fonte: NULL