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Previdência reforça vendas para jovens

A contratação de plano de previdência privada está deixando de ter foco exclusivo em aposentadoria para garantir a formação acadêmica. É o que explica o crescimento bem acima da média do setor dos produtos PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) para menores de idade, que na legislação de previdência se estende até 24 anos. Somente no Bradesco Vida e Previdência, líder na categoria, o crescimento nos últimos quatro anos situa-se entre 35% e 40% anuais, enquanto o total de receita de planos de previdência avança cerca de 27% ao ano.
A participação relativa de planos para menores no conjunto de previdência privada no País passou de 4% em 2005 para 7% em 2007, apresentando uma arrecadação de quase R$ 2 bilhões no ano passado, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). O estímulo para a contratação é que, quanto antes acontece a contratação, menor é o investimento inicial necessário para assegurar a renda futura.
De olho no potencial da categoria, a SulAmerica reformatou o chamado EducaPrevi, lançado em 2005 mas até agora sem muito sucesso. O objetivo da seguradora, que coloca nas prateleiras uma nova versão da previdência jovem esta semana, foi justamente ampliar o acesso de participantes. “Agora são planos multifundos, em que cada produto está associado a vários tipos de investimento e o participante tem a liberdade de se movimentar entre essas carteiras (como trocar 100% de renda fixa por fundos 80% renda fixa e 20% variável), e segmentados por valor de contribuição com taxas de administração adequadas a eles”, explica Renato Russo, vice-presidente de vida e previdência da SulAmérica.
Com a nova formatação, a contribuição mínima do EducaPrevi caiu pela metade, de R$ 100 para R$ 50. Isto porque a seguradora transformou coberturas de risco obrigatórias em facultativas, caso de pecúlio e renda por invalidez reversível ao menor de 24 anos. O novo EducaPrevi tem taxa de carregamento decrescente conforme o período e o valor acumulado, sendo que acima de 60 meses e/ou R$ 100 mil, não há incidência.
“A meta é ter um crescimento anual de 35% na categoria por cinco anos, a partir de 2009”, afirma Russo. A redução da contribuição mínima deve alavancar a comercialização do produto, visto que é decisiva para o avanço de concorrentes – no Bradesco, o mínimo mensal são R$ 30,00.
“Este tíquete permite maior acesso do público e inserção de famílias com mais de três filhos, por exemplo. O plano de previdência jovem ainda é um produto de maior apelo na classe média, mas que agora começa a penetrar nas classes C e D, devido ao avanço de renda, moeda estável e controle da inflação”, afirma Lúcio Flávio de Oliveira, diretor-executivo da Bradesco Previdência.
O avanço da previdência para menores se deve ainda à mudança comportamental na forma de poupar, substituindo a poupança em planos de médio e longo prazo, e ao posicionamento das mães na dianteira do planejamento financeiro. “As mulheres estão tomando a liderança na decisão de contratação de plano de previdência com objetivo educacional para os filhos, muito mais ativas que no plano de previdência como instrumento de aposentadoria, por exemplo”, afirma Oliveira, com base nas pesquisas realizadas pelo Bradesco.
Opção fiscal
Na Caixa Vida e Previdência, que tem 190 mil participantes ativos (até maio) no segmento e valor mínimo de contribuição de R$ 50, a maior parte das vendas da categoria é de VGBL, considerado mais competitivo para o público de classe média e baixa. “O PGBL tem um limitador natural que são os 12% da renda bruta tributada do cliente e só funciona (como benefício fiscal) para quem faz a declaração completa do IR, o que limita o universo de clientes”, justifica Juvêncio Braga, diretor da Caixa Vida e Previdência. O tratamento fiscal para reservas permite a opção por tabela regressiva de IR que, depois de dez anos, terá incidência de 10% de IR (contra os 35% iniciais).
“Está cada vez mais claro que a previdência é um instrumento adequado para juntar dinheiro para educação e projetos relacionados aos filhos. Hoje os pais têm acesso a simuladores que facilitam estimar quanto devem poupar mensalmente para enviar o filho de cinco anos hoje para um intercâmbio na adolescência”, pondera Braga.
A arrecadação acumulada entre janeiro e junho deste ano foi de R$ 959,67 milhões somente em planos para menores de idade, crescimento de 154% sobre o primeiro semestre de 2006.

Fonte: Gazeta Mercantil

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