Mercado de SegurosNotícias

Previdência em alta neste fim de ano

A procura por planos de previdência privada deve crescer de 15% a 19% nestes dois últimos meses do ano, de acordo com os principais bancos do país. A procura ganha força extra, pois muitos investidores aproveitam o décimo terceiro salário para aplicar nestes fundos – que garantem um complemento para a aposentadoria do INSS – e deduzir o valor do Imposto de Renda (IR). Mas é preciso atenção, alertam especialistas em finanças pessoais, já que o investimento deve ser feito visando ao longo prazo. A procura adicional neste fim de ano, portanto, é concentrada no Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), voltado a quem declara IR no formulário completo. Nesse modelo, é possível deduzir as contribuições da previdência na base de cálculo do IR até o limite de 12% da renda bruta anual. Além do PGBL, há o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), usado por quem é isento de IR ou declara no modelo simplificado, ou seja, ele não permite a dedução das contribuições nas declarações anuais de IR. – Há muitos aportes únicos de alto valor neste fim de ano na previdência. É positivo usar o PGBL para ter um ganho tributário. Porém, o investidor tem que ter em mente que só adianta depositar no fundo um valor que corresponda a 12% de sua renda anual bruta, pois esse é o valor máximo abatido no IR. Com isso, consegue economizar. Estamos percebendo ainda que é crescente o número de clientes que, além de criarem um PGBL, investem em VGBL para depositar os valores adicionais – lembra Sandro Bonfim da Costa, gerente de inteligência de mercado da Brasilprev, do Banco do Brasil. Ele ressalta, no entanto, que o investidor tem de ficar atento ainda às tabelas de tributação. Como a previdência é indicada como um investimento de longo prazo, a melhor opção é usar o modelo regressivo, já que a alíquota de IR cobrada na hora do resgate diminui com o tempo. Na tabela progressiva, o pagamento de tributo varia apenas de acordo com o valor retirado. – Tem que saber usar essa vantagem de forma inteligente. Usar a previdência como investimento de curto prazo não compensa. Não adianta usar o PGBL para pagar menos IR e escolher a tabela progressiva e arcar com alíquotas elevadas – opina Luiz Roberto Latini, sócio-diretor da consultoria especializada em seguros G5 Solution. Demanda por renda variável caiu pela metade este ano Lúcio Flávio Oliveira, diretor geral do Bradesco Vida e Previdência, classifica os meses de novembro e dezembro como sazonais e de safra. Nesta retal final, o banco coloca em prática a “Operação IR”. – Toda a nossa rede, com sete mil corretores, se esforça em oferecer produtos que tenham o perfil de cada um dos clientes. A qualificação é essencial. Nesses dois meses, há mais dinheiro circulando na economia. Tivemos o período de turbulência entre outubro de 2008 e fevereiro deste ano, por causa da crise global, mas em março o crescimento voltou. É claro que o investidor ainda está muito conservador – afirma Oliveira. Segundo o executivo, cerca de 78% dos fundos de previdência privada ainda são compostos apenas por renda fixa. Já os outros 22% contêm alguma participação em ações (chamados nos bancos de balanceados). Segundo a Brasilprev, em 2008, com o boom no mercado acionário, cerca de 40% das novas captações tinham um perfil de maior risco – com até 49% da composição do fundo em papéis de empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Este ano, porém, o índice caiu pela metade, para 20%. – Mesmo com a crise, percebemos que muitos clientes não sacaram suas aplicações. Aliás, com a queda na taxa básica de juros, a Selic, muitos investidores optaram por diversificar suas aplicações e investiram em previdência – endossa Márcio Matos, superintendente de investimentos da Brasilprev, que este ano, até setembro, registrou alta de 52,3% nos depósitos, o que permitiu um crescimento de 30% no patrimônio líquido, para R$ 25 bilhões. Previdência só perde dos multimercados em captação Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que os fundos de previdência tiveram captação líquida (depósitos menos saques) de R$ 17,403 bilhões no ano, até o dia 30 de outubro – atrás apenas dos fundos multimercados, com R$ 32,039 bilhões. – O desempenho surpreendeu positivamente. O mercado já cresceu entre 14% e 15% este ano. Nos dois últimos meses deste ano, vai crescer mais três ou quatro pontos percentuais, chegando a 18% ou 19% de avanço.

Fonte: CQCS

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?