Previ encerra 2005 com superávit de R$ 9,1 bi
A Previ encerrou 2005 com um superávit recorde de R$ 9,1 bilhões,
impulsionado pela rentabilidade do mercado acionário. O desempenho da
carteira de ações, no entanto, também é motivo de preocupação para a
entidade, que precisa se adequar a regras do setor até 2012, lembrou o
presidente da Previ, Sérgio Rosa. “Acelerar as vendas da carteira só para se
enquadrar, vender rápido apenas para atingir o percentual das leis, pode dar
a entender que a lei não está protegendo o patrimônio, que é o maior
objetivo dela”, afirmou Rosa, ontem.
No ano passado, a companhia fez desinvestimentos de R$ 1,5 bilhão, sendo R$
751 milhões de resgate de fundo de investimentos e R$ 835 milhões com venda
de ações, como Acesita, Seara Alimentos e AmBev. Para este ano, a intenção é
reavaliar algumas posições acionárias, como as que o fundo detém na
Paranapanema, Brasil Ferrovias e Neonergia. A Previ também será um dos
sócios do Banco do Brasil que venderão parte de suas ações na oferta pública
que o banco pretente promover até o final do primeiro semestre, de 7,5% de
seu capital.
Rosa informou que está em conversas com a Secretaria de Previdência
Complementar (SPC) para tentar encontrar uma solução para o enquadramento da
carteira de ações às regras do órgão, que determina o limite de 50% do
patrimônio em renda variável. Hoje, a Previ tem 60% da sua carteira em ações
e precisa reduzir o volume até 2012. “Não queremos mudar a lei, queremos
apenas uma saída, que pode ser tanto pelo prazo quanto pelo percentual”,
declarou Rosa.
30% do setor
A Previ fechou 2005 com patrimônio de R$ 83,1 bilhões, cerca de 30% do total
da indústria de fundos de pensão no País. As aplicações em renda variável
somaram 49,8 bilhões de reais, enquanto a renda fixa alcançou 27,7 bilhões
de reais. A renda variável representou 60,1% da carteira de investimentnos,
ao passo que a renda fixa ficou com 33,4%. O ganho da renda variável no ano
foi de 27,2%, praticamente o mesmo ganho do Ibovespa, de 27,7%.
Rosa comemorou o resultado do ano e lembrou que na sua gestão de três anos a
Previ acumula superávit de R$ 18,9 bilhões. Bombardeado pelas Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs) no ano passado, que lançaram suspeitas
sobre os fundos de pensão serem supostas fontes de recursos para o
“valerioduto”, Rosa considerou o desempenho da entidade uma resposta aos que
desconfiaram da Previ. “A gente sofreu muito no ano passado com as CPIs,
fomos focos de denúncias vazias e corremos muito atrás da recuperação da
nossa imagem. Os resultados são uma prova gritante contra essas denúncias”,
afirmou ele.
Fonte: Valor
