Presidente do Banco Central se surpreendeu com inflação de março
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (11) que o resultado de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a inflação oficial, foi uma “surpresa” para a instituição.
No mês passado, a inflação acelerou 1,62%, após alta de 1,01% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Puxada pela disparada dos preços dos combustíveis, foi a maior taxa para meses de março desde 1994, antes mesmo da implantação do Plano Real.
Trata-se também da maior inflação mensal desde janeiro de 2003 (2,25%). “A gente teve um índice mais recente que saiu, que foi uma surpresa. Me causou até alguma surpresa, a gente tinha mencionado que a gente estava vendo uma velocidade da passagem do combustível para a bomba um pouco mais rápida, e que esse próximo índice seria um pouco maior e o próximo [abril] um pouco menor. Parte foi isso, mas teve outros elementos, como vestuário e alimentação fora do domicílio, que vieram uma surpresa grande”, declarou Campos Neto durante uma palestra.
O presidente do BC também admitiu que a inflação brasileira está muito elevada. “A realidade é que nossa inflação está muito alta, o núcleo está muito alto”, acrescentou.
Ele ponderou que a recente queda do dólar ainda não foi totalmente repassada aos preços. Quando isso acontecer, a inflação poderá desacelerar, na visão do presidente do BC. “A gente tem tido fluxo de entrada de recursos no país. Parte da melhora do câmbio a gente acha que ainda não está refletida nos índices de preços, de inflação”, completou.
Fonte: NULL