Presidente da Fenseg destaca desafios do segmento
Algumas ações que serão realizadas pela Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) nos próximos anos, além de resultados alcançados pelos ramos de seguros gerais, foram a tônica da palestra do presidente da entidade, Paulo Marraccini, durante evento promovido pelo Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), ontem, 14 de maio.
Atualmente, a Federação dispõe de nove Comissões Técnicas, com cerca de 200 pessoas estão envolvidas no trabalho de divulgar e estudar os ramos. Conforme Marraccini, as comissões serão ampliadas, e seguro de riscos de engenharia, por exemplo, terá sua comissão própria.
Em 2012, frente aos R$ 250 bilhões do volume de prêmios de toda a indústria, o segmento de seguros gerais foi responsável por cerca de R$ 47 bilhões.
Alguns ramos colaboraram de maneira especial para esse resultado, como o automóvel, que representa metade do segmento. O executivo destacou a evolução do automóvel casco, que no primeiro trimestre desse ano cresceu 23%, e também o RC facultativo, que no mesmo período cresceu 27,5%.
Ele salienta, no entanto, que seguros como RC Geral e D&O, no Brasil, representam apenas 2% do mercado, em comparação a países mais desenvolvidos em que a representação varia entre 10% e 20%. Temos um esforço a fazer para promover esse seguro e melhorar a maneira de apresentá-lo, conclamou.
Além de comentar os resultados dos nichos, Marraccini destacou as indenizações pagas pelas seguradoras em 2012. Em seguros de danos foram pagos R$ 28,5 bilhões, sendo R$ 16 bilhões em auto, R$ 4,5 bilhões em patrimonial; R$ 3,1 bilhões em DPVAT, e R$ 1,7 bilhão em transportes. No ramo de pessoas, as seguradoras pagaram R$ 5,7 bilhões em indenizações.
As provisões das seguradoras atingiram R$ 414 bilhões, de maneira semelhante à poupança e previdência privada, comparou. São números que fazem com que o nosso segmento seja significativo.
Potencial para o mercado
Alguns desafios que o segmento deve enfrentar também foram destacados pelo presidente da Fenseg. Em sua visão, para alavancar a proteção securitária à sociedade, é preciso trabalhar no círculo virtuoso de aumentar a massa segurada para diminuir as incertezas e também os preços.
Ele mencionou ainda que é necessário aprimorar os produtos atuais, investir em tecnologia, meios remotos e na redução de fraudes.
Além disso, considera necessário empenho do mercado para a simplificação de contratos extremamente técnicos, a fim de tornar o relacionamento entre seguradoras e corretores menos burocrático.
A Fenseg tem investido em guias de boas práticas para o segmento. Já temos para automóvel e garantia estendida e agora estamos trabalhando em um para riscos patrimoniais.
Marraccini ressaltou também desafios específicos para alguns ramos. Em auto, por exemplo, que reúne 14,5 milhões de veículos segurados, representantes de 1/3 da frota, há questões como redução de fraude e sinistralidade, redução de custos para populares, e o combate à concorrência com cooperativas.
Somado a isso há a legalização de desmanches e o reaproveitamento de peças certificadas, praticado na Argentina, Japão, e alguns países da Europa. Esse é um componente importante para reduzir custos e também para a questão da sustentabilidade.
Já os seguros residenciais têm o desafio de atrair mais adeptos, uma vez que 10% das residências do país contam com seguro. Para isso, é necessário simplificar as rotinas e melhorar a percepção do consumidor para esse seguro. Uma estatística do IBGE demonstra que hoje há 11 milhões de domicílios com renda familiar de mais de dois salários mínimos, diz em relação ao potencial de negócios para o ramo.
Outros desafios identificados pela Federação são o crescimento dos seguros de Responsabilidade Civil e a contenção de fraudes em transportes.
A Fenseg também tem dedicado esforços em relação aos riscos patrimoniais. Exemplo disso é a participação da entidade no grupo de trabalho criado pela Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp), para instituir o Código Nacional de Segurança Contra Incêndio.
Ramos como garantia e riscos de engenharia têm grande potencial no País, já que o mercado tem preparo técnico, aporte de resseguradoras, tecnologia e seguradoras e corretores capacitados. O mercado brasileiro tem grande capacidade para trabalhar nesses dois ramos, por conta das obras para o PAC, Copa e Olimpíadas.
Nesse sentido, ele mencionou ainda o pleito do mercado pelo aumento do limite de cobertura no seguro garantia, que atualmente varia entre 5% e 10%, para 30%.
Durante sua palestra, o executivo destacou também a importante atuação do corretor de seguros nas negociações e alertou que é necessário promover educação no setor e qualificação dos corretores, além aprimorar a comunicação com os segurados.
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Fonte: CQCS