Preços do seguro para estádios no Brasil são a metade do cobrado na África do Sul
O preço do programa de seguro de riscos de engenharia para os estádios que serão construídos ou reformados para a realização dos jogos da Copa de 2014 no Brasil representa 50% do valor cobrado pela indústria de seguros internacional das arenas construidas na África do Sul para o mundial de 2010. Os riscos técnicos entre os dois países são semelhantes. A diferença de preço é explicada pela recente abertura do mercado de resseguros no Brasil, que tem gerado acirrada concorrência, e pelo excesso de capital disponibilizado pelos acionistas ao País que é a bola da vez no mundo atualmente, explica Rodrigo Belloube, executivo da Munich Re especializado em riscos de infraestrutura.O executivo explica que a diferença de custos, termos e condições entre o que se observou nos seguros da África e a prática corrente no Brasil traz preocupações. Existe aparentemente falta de compatibilidade entre os sinistros futuros, pois as obras citadas têm execuções de alguns anos, e as condições dos contratos sendo agora celebrados.”Segundo ele, a Munich Re tem tido grande apetite pelos riscos, mas há limites. Outro dia recebemos uma proposta que equivalia a 30% do preço praticado na África e declinamos. Nossa proposta é, junto com a seguradora, fazer um preço técnico do risco e assim ter sustentabilidade no programa de investimento, que é de longo prazo. A Munich Re não é partidária desta prática e não tem apoiado essas operações, afirma.Belloube explica que a construção de um estádio é muito simples e não requer coberturas complicadas. Praticamente não há demanda pela cobertura Advance Loss of Profit (ALOP), que indeniza os investidores em caso de perda financeira pelo atraso do empreendimento. Como não pode haver atraso neste caso do mundial, esta cobertura tem ficado de fora dos programas, explica. Os construtores compram apenas cobertura para riscos que envolvem perdas materiais.O executivo proferiu palestra no evento Munich Ressegurando o Futuro, realizado no dia 17 de setembro, em São Paulo. Cerca de 400 executivos estiveram presentes para assistir 12 palestras apresentadas durante todo o dia. Temas como crédito de carbono, mudanças climáticas e infraestrutura para Copa e Olimpíadas foram os mais concorridos.
Fonte: CQCS