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Pragmáticos, estrangeiros aproveitam queda da bolsa

Os investidores estrangeiros estão pragmáticos em relação à crise política no país e aproveitaram a queda expressiva nos preços dos ativos para ampliar suas posições no mercado de ações brasileiro.

O Ibovespa, principal índice da bolsa, caiu 8,76% desde a quarta-feira, quando o jornal “O Globo” noticiou a existência de gravação de diálogo comprometedor entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista. Considerando-se a desvalorização de 4,32% do real em relação ao dólar nesse período, a queda do índice na moeda americana foi de 12,19%, criando um ambiente propício para o estrangeiro garimpar pechinchas.

Os investidores externos colocaram R$ 4,6 bilhões no ano até 19 de maio. Só no dia 18, investiram R$ 190 milhões em ações. No dia seguinte, mais R$ 192,8 milhões. O maior fundo de índice de ações brasileiras negociado em Nova York, conhecido como EWZ, movimentou US$ 5,5 bilhões, um recorde.

No mês, até o dia 19, as aplicações de estrangeiros em ações locais alcançam R$ 1,142 bilhão, na contramão do observado entre março e abril, quando as retiradas somaram R$ 3,37 bilhões.

A alta da taxa de juros no mercado de renda fixa também chamou a atenção dos estrangeiros, em meio a um cenário global ainda de caça a retornos elevados. Números do Banco Central mostram que o fluxo cambial financeiro foi positivo tanto na quinta quanto na sexta-feira. Nessa conta, o saldo foi superavitário em quase US$ 2 bilhões na soma dos dois dias.

O balanço de pagamentos também mostra evolução confortável. O país teve superávits nas transações correntes de US$ 1,337 bilhão em março e US$ 1,153 bilhão em abril. Para o mês de maio, a projeção é de novo superávit, da ordem de US$ 1,5 bilhão. Segundo o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, as contas externas estão entre os amortecedores que deixam o país menos vulnerável a choques internos, como a crise política, e externos.

Em 12 meses, o déficit é de US$ 19,8 bilhões – mas vem caindo por conta do superávit comercial, de US$ 53,2 bilhões em 12 meses até abril -, compensado pelo investimento direto estrangeiro de US$ 84,7 bilhões no período.

Fonte: Valor

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