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Poupança Ainda é Competitiva com Referenciado DI

Curto, médio ou longo prazo? A escolha entre poupança e fundo de investimento deve tomar como base o período projetado para a aplicação. Logo após o anúncio das mudanças na regra da poupança, no início do mês de maio, alguns bancos reduziram taxas de administração de seus fundos de investimento. Entre as cinco maiores instituições – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander – 24 fundos tiveram as taxas reduzidas, variando entre 1,0% e 2,5% ao ano.
A maior parte desses fundos são da modalidade referenciados em DI e acompanham a variação do CDI ou da Selic. Os demais são, quase em sua totalidade, de renda fixa, que aplicam pelo menos 80% de seu patrimônio em títulos de renda fixa pré ou pós fixados, ou de curto prazo, que investem em títulos públicos federais ou privados de baixo risco de crédito.
Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), comenta que no atual cenário de queda da taxa básica de juros, fundos com essas características se mostram pouco competitivos frente à poupança, tanto faz com a nova ou a antiga regra.
Essa competitividade, explica, está no fato de a poupança não sofrer tributação nem taxa de administração. Por isso, antes de decidir entre poupança e um fundo, Oliveira explica que é importante olhar não apenas para os gastos com a taxa de administração, mas também o tempo em que dinheiro será aplicado. Nos fundos, a incidência de imposto diminui à medida que o tempo de aplicação é maior. Com a atual Selic em 8,5%, a poupança que segue a regra antiga só perde para aplicações superiores a um ano em fundos com taxa de administração de 0,5%. Na nova regra da poupança, os fundos ficam competitivos com taxa de administração menor que 1,0% em prazos de investimento similares.
Mas se a Selic cair para 8% até o fim deste ano, confirmando as expectativas de muitos analistas, a situação muda. O tempo da aplicação ganhará mais peso. A poupança, na regra antiga, só perderá para investimentos superiores a dois anos em fundos com taxa de administração menor que 0,5%. Já na nova regra da poupança, os fundos serão competitivos apenas quando cobrarem taxas inferiores a 1%, independente do prazo.
Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos, também destaca a importância do tempo do investimento. Com todas essas mudanças, espaços curtos não oferecem alta rentabilidade, afirma. Ele comenta que com a taxa básica de juros em dois dígitos, qualquer esforço de investimento oferecia retornos, independente do horizonte da aplicação. A rentabilidade oferecida pela renda fixa não diferenciava os investimentos de curto ou longo prazo, destaca.
Com os juros menores, não acontece o mesmo, daí a importância em organizar as carteiras de investimento de acordo com os prazos para o resgate. Assim, parte dos recursos seria alocada mirando o curto prazo, que seria um período de um ano. Depois, destinar uma parcela ao médio prazo, de aproximadamente cinco anos, e poupar outra fatia para períodos maiores. Para investimentos com prazo dentro de um ano, Bittencourt recomenda que fiquem aplicados na poupança.

Fonte: Valor

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