Possível socorro valoriza seguradoras
As ações das seguradoras de Vida e Saúde dispararam ontem, com base em expectativas de que o Tesouro dos Estados Unidos aprove em breve o acesso de várias empresas em dificuldades do setor aos fundos de socorro do governo.
O Tesouro está próximo de tomar uma decisão sobre se fornecerá recursos a várias companhias de seguro de Vida e Saúde com subsidiárias bancárias, e os anúncios poderão ocorrer em uma ou duas semanas.
Um porta-voz do Tesouro disse: “Há uma série de seguradoras do ramo de Vida e Saúde que preencheram os quesitos para o programa de aquisição de capital em função da sua condição de instituição de poupança e crédito imobiliário ou de controladora de banco”.
O Lincoln National liderou os ganhos do setor ontem, arremetendo em alta de 36,2% no pregão da manhã, indo a US$ 9,39. O papel do Principal Financial Group subiu 23,15%, para US$ 10,23, enquanto o Hartford Financial Services disparou 21%, para US$ 10,23 e o Genworth Financial ganhou 12,9%, indo a US$ 2,36.
O Phoenix subiu 15,3%, a US$ 1,73. Todas têm uma controladora de banco ou possuem uma instituição de poupança e crédito imobiliário.
A decisão de abrir o programa de socorro a seguradoras com subsidiárias bancárias foi tomada pela administração do presidente George W. Bush. O governo de Barack Obama manteve essa posição.
Desde então, algumas seguradoras do ramo de Vida e Saúde que não possuíam um banco decidiram comprar um para se qualificarem a receber os recursos do plano de socorro, incluindo Genworth Financial, Hartford Financial e Lincoln National. Sete seguradoras anunciaram que solicitaram os fundos. Autoridades indicaram que o número total de solicitações é inferior a dez.
“Estas companhias estão entre as centenas de instituições financeiras nos trâmites do programa de aquisição de capital, que serão analisadas e capitalizadas segundo sua pertinência numa base contínua”, disse o porta-voz do Tesouro.
Apesar de reinar uma expectativa generalizada de que as subsidiárias bancárias das companhias de seguro de Vida e Saúde recebam uma parcela dos fundos de socorro, autoridades recomendaram cautela, dizendo que as decisões finais sobre as solicitações individuais não foram tomadas. Autoridades do governo americano disseram que não havia nenhuma verba adicional destinada a socorrer as seguradoras do ramo de Vida e Saúde – e que qualquer soma cedida aos seus bancos viria de recursos já apropriados para os bancos em geral.
O Tesouro está se atendo à sua estimativa de que destinará aproximadamente US$ 218 bilhões em verbas no âmbito do programa de aquisição de capital herdado da administração George Bush.
Ele já concedeu US$ 198,5 bilhões, mas também espera que cerca de US$ 25 bilhões em capital seja devolvido e que poderá ser remanejado para novos beneficiados.
A perspectiva de uma injeção de capital de médio prazo através do programa governamental de recuperação de ativos problemáticos ocorre no momento em que o setor registra perdas relacionadas com garantias sobre produtos de investimento, bem como perdas com carteiras que ficaram pesadamente expostas ao setor financeiro e aos mercados de ações em geral.
As perdas erodiram capital, levando a uma sucessão de reduções de notas das agências classificadoras de crédito, que dificultaram a captação de dinheiro novo de algumas seguradoras.
Fonte: Valor
