Portas abertas para os family office
A Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) mudou de idéia e resolveu aceitar as empresas de consultoria financeira, os family offices, como associados. Segundo Alfredo Setubal, presidente da entidade, foi aprovada a criação já em janeiro de uma subcomissão na Comissão de Private Banking para os family offices. Essa subcomissão deverá estudar um código de auto-regulação para a atividade, que cresceu muito nos últimos anos, mas ainda não tem padrões de atuação. “Aprovamos a comissão e já temos alguns family offices interessados em se filiar”, afirma Setubal, acrescentando que a atividade é importante para o setor de gestão de recursos. “No Itaú (onde Setubal é vice-presidente) temos um setor só para atender essas empresas”, diz.
A proposta, que evita uma divisão de forças no setor, vem logo depois de um grupo de escritórios de consultoria financeira anunciar que prepara o lançamento de uma associação para regulamentar o setor, conforme informou o Valor no início de dezembro. O grupo, que envolve empresas como LLA, Bawm, TAG, Safdié e Arsenal, chegou a sondar a Anbid, buscando uma filiação, mas não teve sucesso, segundo executivos de bancos que pediram para não ser citados. Vistos como concorrentes por alguns bancos, os family offices não poderiam se filiar por não serem instituições financeiras – alguns são escritórios de aconselhamento.
A proposta para os escritórios de consultoria é parecida com a feita para os gestores independentes de recursos alguns anos atrás, também depois de um grupo tentar criar uma associação independente. Além da subcomissão, os family offices poderão indicar dois representantes na Comissão de Private. “É de interesse do setor que a atividade de alocação de recursos exercida por essas empresas tenha a mesma qualidade e padrão do resto do mercado”, afirma Setubal.
A auto-regulação serviria para selecionar os escritórios e estabelecer padrões mínimos de conduta, como a forma de cobrança pelos serviços prestados aos clientes. Procurado, um representante do grupo de family offices não quis comentar as informações da Anbid. (AP)
Fonte: Valor
