Por que o mundo precisa de líderes mulheres neste momento de desafios na saúde mental?
Nos últimos anos sentimos o impacto das mudanças da pandemia e suas consequências em nossas vidas pessoais e profissionais. Passamos a refletir sobre o sentido da vida, sobre nosso propósito, sobre nosso bem-estar, saúde mental e felicidade. Se a vida é tão breve, o que estamos fazendo com nosso tempo? Segundo o Gallup, 66% das pessoas querem um trabalho que traga mais satisfação, significado e realização. Não queremos mais trabalhar somente para pagar as contas. Queremos um trabalho que traga sentido às nossas vidas, queremos desafios e senso de realização. E por isso, o trabalho pode ser fonte de algo positivo em nossas vidas. Porém, quando olhamos o que está acontecendo na realidade, vemos o oposto disso.
Os indicadores mostram pessoas desmotivadas, fazendo o mínimo possível (quiet quitting), pedindo demissão (grande renúncia), baixo engajamento e infelicidade no trabalho. Se não há separação de vida pessoal e profissional e vamos trabalhar mais de 115 mil horas na vida, precisamos mudar esse cenário.
Quando pensamos nas soluções para esses desafios, a maioria das empresas já se conscientizou da necessidade de mudança. Porém, muitas ainda se questionam sobre o que realmente é preciso fazer para mudarem esses indicadores. Esse não é e não deve ser um tema da área de ‘Pessoas’ somente. Esse é um tema da organização. De toda a liderança. Deveria fazer parte da construção de uma cultura positiva, parte da pauta ESG. A mudança não virá de ações de endomarketing ou programas de bem-estar (por mais que tudo isso seja necessário e importante). A chave da mudança é a transformação das relações no trabalho. Precisamos cuidar uns dos outros. Precisamos de empatia. Precisamos de humanidade. A empresa e o líder não podem ser mais um ofensor na saúde mental dos colaboradores, além de tudo o que já enfrentamos no mundo real: insegurança política, econômica, violência, caos, guerra, inflação, entre outros. A empresa deveria trazer segurança, apoio, conexões que ajudem. E é por isso, que precisamos de mais líderes mulheres neste momento.
Segundo uma pesquisa da McKinsey, líderes mulheres fazem 26% a mais para ajudar seus times a enfrentarem desafios no trabalho em comparação com líderes homens. Além disso, oferecem 60% a mais de suporte emocional para seus times em comparação com líderes homens.
Diversidade e inclusão não podem ser um tema da moda. E mulheres na liderança não pode ser somente uma meta quantitativa. É preciso compreender que nós, mulheres, podemos mudar o jogo, melhorar o mundo corporativo, implantar novas formas de nos relacionarmos. E com isso, gerarmos mais resultados para os indivíduos, para a empresa e também para a sociedade. Se um mundo novo está em construção, um mundo mais justo e mais humano, talvez esteja na hora de assumirmos a liderança dessa jornada.