Por que as seguradoras não oferecem planos individuais?
O ex-ministro da Previdência José Cechin mudou de ramo. Superintendente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar – mantido por Bradesco, Sul América, Amil, Medial e Golden Cross -, Cechin propõe uma flexibilização dos planos de saúde. Ele falou ao editor Milton Gamez.
Como o mercado mudou após a regulamentação, há dez anos?
As operadoras foram obrigadas a oferecer um plano que cobre todas as doenças. Isso é bom, pois padronizou. Mas também é ruim, pois tirou a liberdade de iniciativa das empresas e a liberdade de escolha do consumidor. Ou ele compra uma Mercedes ou não compra nada.
Por que as seguradoras não oferecem planos individuais?
Para não se amarrar em um casamento indissolúvel. A decisão de reajuste de preços é do governo e os custos da saúde sobem mais que os índices de inflação. Por isso, elas vendem planos coletivos para empresas e associações, em que a renegociação é livre.
Quem não tem emprego formal ficou sem opções?
As medicinas de grupo vendem. Para alta renda, há opções. Mas a baixa renda não tem acesso. Há 50 milhões de brasileiros que poderiam ter planos de saúde, mas não podem pagar mais do que R$ 30 por mês. Por que não desenhar novos planos com flexibilidade? O consumidor poderia ter o direito de escolher se quer ou não coberturas como vasectomia e laqueadura de trompas. Por que não permitir planos com franquias, como se faz nos planos de automóveis
Fonte: Isto É