Planos de saúde aumentam 86%
Entre 2000 e 2006, os planos de saúde aumentaram 86%, em contrapartida à inflação do período, que teve uma elevação de 70%. A oneração das operadoras, nos últimos anos, foi revelada, esta semana, pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), durante encontro da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Na reunião, convocada especialmente para discutir sobre o setor, a coordenadora do Idec, Marilena Lazzarini, destacou que nem os insumos médico-hospitalares subiram tanto quanto os reajustes aplicados no mesmo intervalo. Até o fim deste mês, o Ministério da Saúde divulga o índice de correção dos planos para este ano. A expectativa é que fique em torno de 9%.
O Idec tomou como base os números levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em 2004, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um aumento de 11,75% para os novos contratos de planos individuais. No exercício seguinte, o reajuste concedido foi de 11,64% para o mesmo grupo, enquanto que, ano passado, a correção foi de 8,89%.
A agência reguladora evita falar sobre o assunto, sob a justificativa de que ainda está analisando as planilhas de custo enviadas pelas empresas, um vez que consideram os contratos coletivos para o cálculo do reajuste. Mas o órgão acredita num reajuste menor em 2007, observando a tendência dos anos anteriores.
A coordenadora da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), Renê Patriota, não vê bons ventos nessa previsão. Hoje, uma mãe jovem, com um bebê, paga uma média de R$ 430 no plano. Esse é o mesmo valor desembolsado por um grupo familiar de cinco pessoas, usuário há mais de uma década. Ou seja, a primeira parcela já começa alta, e com os reajustes anuais, os novos contratos correm grande risco por não poderem suportar as futuras prestações, explica. Em planos coletivos, diz ela, a situação é semelhante.
Fonte: Folha de Pernambuco Online
