Plano de saúde sobe até 9% este ano
CONVÊNIOS Reajuste deve ficar próximo ao aplicado em 2006, que foi de 8,89%. Aumento vai afetar cerca de 8 milhões de pessoas com contratos assinados a partir de 1999
Os contratos de planos de saúde individuais deverão sofrer um reajuste de no máximo 9% neste ano, podendo repetir o índice aplicado em 2006, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um aumento de 8,89%. A correção é válida para os convênios contratados por pessoas físicas a partir de 1º de janeiro de 1999, quando entrou em vigor a Lei 9.656/1998, e deve afetar pouco mais de oito milhões de consumidores em todo o País.
Essa expectativa para o reajuste é da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). Segundo o presidente da entidade, Arlindo de Almeida, a ANS manterá neste ano o mesmo mecanismo de aplicação do aumento de 2006. Além disso, ele afirma que não houve impactos significativos no setor para justificar uma alta superior à registrada no ano anterior. ´Não acredito que o índice de aumento chegará a alcançar dois dígitos, pois a pressão do setor é semelhante à do ano passado. Portanto, o reajuste deve ficar parecido com os 8,89% autorizados em 2006.´
Nos últimos anos, o aumento dos convênios médicos pesou significativamente no bolso dos segurados. Em 2005, a alta foi de 11,69%, além dos 8,89% de 2006. A justificativa para as correções bem acima da inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o avanço tecnológico da área de saúde. Segundo as empresas, todo ano o setor médico apresenta uma grande evolução, o que leva as operadoras a gastarem mais com o tratamento dos segurados.
De acordo com a Abramge, os custos hospitalares referentes a medicamentos e materiais médicos representavam 23% dos gastos totais há quatro anos. Hoje, o porcentual subiu para cerca de 40%. ´É justamente a tecnologia que encarece a conta, e isso acaba sendo repassado para os consumidores.´
O presidente da Abramge criticou ainda a forma mantida pelo governo para a aplicação das correções nos seguros médicos. Para ele, o ideal seria possibilitar a cobrança de índices diferenciados de acordo com alguns fatores, como o tamanho da empresa, a quantidade de clientes e o faturamento. ´O índice único autorizado para todas as empresas é absurdo, pois pode ser bom para algumas seguradoras, mas não para outras. Normalmente, as empresas pequenas sempre acabam sendo prejudicadas.´
A Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) não vai se pronunciar sobre a correção dos contratos até o anúncio do índice oficial. Segundo a ANS, ainda não há uma data definida para a divulgação do porcentual, mas isso deve ocorrer no fim da segunda quinzena de maio.
COMO DEVE SER O REAJUSTE
ÍNDICE
Os planos de saúde individuais deverão sofrer correção de até 9% em maio
CONSUMIDORES
O reajuste poderá afetar os cerca de 8 milhões de segurados que possuem este tipo de plano
VALIDADE
O aumento terá validade de 12 meses, e será aplicado apenas aos contratos individuais assinados após 1º de janeiro de 1999
Fonte: Jornal da Tarde Online