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“Personal” compra, vende e cuida da manutenção do carro

Personal” nem parece a palavra em inglês para “pessoal”. Já soa quase como português, de tantos que há por aí: personal trainer, personal stylist, personal shopper… Até no mercado automotivo, a oferta de serviços de consultoria personalizada cresceu e está mais diversificada. Além de empresas e profissionais que ajudam na hora da compra e da manutenção do veículo, agora também há quem cuide de todo o processo de venda do seu carro usado.
A taxa inicial é de, em média, R$ 500. Ela cobre anúncios, atendimento a interessados e negociação do valor do carro. Se a venda for concluída, há uma comissão que varia de 1% a 5% do preço final.
“Filtramos as ligações para o cliente só receber as melhores propostas, de pessoas realmente interessadas no carro”, explica Rafael Bittencourt, proprietário da GR Personal Car, que atua em São Paulo (SP) e Curitiba (PR). O dono do carro opta como quer recebê-las. Um resumo semanal por e-mail, por exemplo.
O carro não fica com o consultor, mas é ele que recebe os interessados (em lugar determinado pelo dono do carro), responde a dúvidas e conduz toda a negociação. O profissional também faz a comunicação da venda ao Detran e verifica se que o novo proprietário fez a transferência de propriedade.
“É só o cliente aparecer para assinar a transferência. Alguns clientes nem isso fazem: passam uma procuração, e nós concluímos o negócio”, conta Bittencourt.
Tal praticidade atraiu o analista de sistemas Joalle Gregório do Vale, 33 anos, que usou o serviço para vender seu Renault Sandero Stepway 2011. “Não precisei ficar saindo do trabalho para mostrar o carro para os interessados. O consultor tira até as fotos para o anúncio”, conta.
O número de interessados em se livrar de aborrecimentos na hora da vender um carro (inclusive o valor baixíssimo oferecido na troca por um zero) cresceu bastante, mas o serviço de personal mais comum ainda é na compra.
“Há clientes que não têm paciência ou habilidade para negociar, e outros não sabem escolher o veículo mais adequado”, afirma Dorival Fernandes, que se tornou consultor automotivo depois de 20 anos trabalhando como vendedor em lojas de novos e usados — sempre sendo interpelado por dúvidas esdrúxulas de amigos. “Quem é do ramo já ouviu coisas como Compro um Agile ou um Duster? várias vezes”, brinca.
O “personal shopper” pode cobrar R$ 200 por uma pesquisa de preços de modelos de carros novos. O acompanhamento das negociações, incluídas técnicas de barganha avançadas, pode chegar a R$ 1.000.
Os consultores vistoriam os carros zero antes da entrega, para verificar se todos os pedidos do comprador foram atendidos. No caso dos usados, inclui uma avaliação do estado do veículo (mecânica e pintura). Laudos que mostram a origem do veículo, proprietários anteriores, multas pendentes, problemas com seguro, acidentes e outros quetais, costumam ser cobrados separadamente.
BABÁ DE CARRO
Profissionais que acompanham serviços nas concessionárias ou levam o veículo para a inspeção veicular (em São Paulo) são mais comuns. Muitos são mecânicos e cobram de R$ 60 a R$ 100 a hora de serviço.
A novidade é que, com o mercado mais disputado, empresas de gestão de frotas empresarias estão oferecendo serviços para pessoas físicas. “Com uma rede de oficinas credenciadas, conhecimento dos preços do mercado e a presença de um técnico acompanhando os trabalhos, conseguimos uma redução de até 30% no valor do serviço no carro”, diz Cláudio Guimarães, da Personal Car Auto, que atende em São Paulo (SP).
É possível contratar o auxílio para a resolução de um problema pontual por R$ 160, limitado a 30 dias. Um plano anual sai por R$ 396, com direito a gerenciamento do plano de revisões e da documentação do veículo. Por esse preço, a empresa retira e devolve o carro em plataforma.
“É um serviço para a pessoa que não quer, não tem tempo, ou não sabe cuidar do veículo. Muitos proprietários de carro não têm conhecimento técnico e sentem dificuldade de entender o que diz a oficina. Nós funcionamos como um interlocutor entre o proprietário e a oficina, e fazemos uma boa negociação”, afirma Guimarães.
É o caso do contador Luis Fernando Silveira Ferreira, 32 anos, que optou por um plano de cobertura anual para sua Nissan Grand Livina.
“Meu trabalho não deixa tempo para cuidar do carro, e também não entendo muito do assunto. O serviço acompanha a quilometragem do veículo melhor do que eu e me avisa das revisões”, relata.
Misto de “babá” e fiscal, o técnico acompanha toda a execução do serviço no carro e faz um vistoria antes da entrega. “Mesmo em oficinas de concessionárias acontece de o cliente ser cobrado por um serviço que não foi feito, ou de o consultor empurrar procedimentos desnecessários. Por isso, é bom ter um técnico presente o tempo todo”, encerra Rafael Bittencourt, da GR Personal Car.

Fonte: Revista Cobertura

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