Paulo Guedes critica e manda FMI fazer previsão “em outro lugar”
O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta quarta-feira (15) as previsões econômicas realizadas pelos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn.
Em evento realizado em São Paulo, Guedes lembrou das projeções mais pessimistas do Fundo para o Produto Interno Bruto (PIB) do país no ano passado e afirmou que Ilan – chefe do Banco Central durante o governo Michel Temer – se ofereceu para continuar a frente de um BC independente na gestão Jair Bolsonaro. “Eles (técnico do FMI) já vieram aqui, vieram há muito tempo atrás aqui no Brasil porque tinham sempre o que fazer”, afirmou Guedes.
“Vieram aqui para prever uma queda (do PIB) de 9,7% e que a Inglaterra iria cair 4%. Nós caímos 4%, e a Inglaterra caiu 9,7%. Estou achando melhor eles fazerem previsão em outro lugar.”, acrescentou.
Guedes disse que assinou há uma semana a dispensa da missão do FMI do Brasil, mas afirmou que o FMI pode manter o seu escritório no Brasil. “Eu tinha assinado isso antes da crítica. Junho do ano que vem fecha (a missão aqui)”, afirmou o ministro.
“Já há muitos anos que não precisavam estar aqui. Ficaram porque gostam de feijoada, futebol, conversa boa, e de vez em quando criticar um pouco e fazer previsão errada”, frisou.
Em junho do passado, no auge dos estragos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus, o FMI previu uma queda de mais de 9% para o PIB brasileiro.
A previsão do Fundo se revelou bem mais pessimista, mas a economia brasileira não escapou de um tombo histórico: o PIB do país recuou 4,1%.
Para este ano, o FMI estima que o PIB do Brasil deve crescer 5,2%, número acima da projeção de alta de 4,65% feita pelos pelos analistas no último relatório Focus, do BC.
Ao se referir ao ex-presidente do Banco Central, Guedes disse que Ilan “é uma boa pessoa”, mas que tem criticado a área econômica do governo Jair Bolsonaro de forma pesada. “Ele (Ilan) se ofereceu para ficar como presidente do Banco Central independente logo no início”, disse Guedes. “É um ótimo brasileiro, é uma boa pessoa. Ontem criticou a gente pesado. Estou devolvendo hoje. Já que vamos ter um brasileiro que conhece bastante o Brasil e critica bem a gente no FMI, não precisamos ter mais aqui dentro. Deixa a turma lá fora falar mal da gente lá fora”, comentou.
Em setembro, Ilan Goldfajn – atual presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil – foi nomeado diretor para o Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. Ele assumirá a chefia do departamento do Fundo responsável pelas relações com países membros nas Américas em 3 de janeiro de 2022.
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