Mercado de SegurosNotícias

Para Goldman Sachs, Brasil segue atrativo no longo prazo

Apesar da desaceleração econômica em curso e da forte pressão sobre os mercados de câmbio, bolsa e juros, o Brasil segue uma região interessante para o longo prazo. Pelo menos é dessa forma que Tucker York, responsável global pela área de gestão de fortunas do Goldman Sachs, enxerga o país. O executivo, que esteve no Brasil por alguns dias, disse que o banco está tendo um ano muito bom, com crescimento “significativo” em todas as regiões nas quais tem negócios, como Estados Unidos, Ásia, China e América Latina. “Cada uma (das regiões) está crescendo a substanciais dois dígitos”, afirmou.
E, segundo York, o Brasil tem se destacado, em parte por representar o negócio mais recente da área e também por conta dos interesses no mercado doméstico e das perspectivas relativas a gerenciamento de risco e diversificação de ativos. Sem fornecer números concretos, York disse ao Valor que a área de gestão de fortunas está crescendo a um ritmo de 30% em uma base anual na América Latina e que o Brasil, uma parte-chave da região, “significativamente mais”.
“Tendemos a ser muito focados globalmente, então o maior crescimento de mercados onde estamos investindo é do Brasil e da China”, afirmou o executivo, minimizando a saída de fluxo estrangeiro do mercado nacional e reforçando a indicação aos investidores de focar no longo prazo. Para York, quando os investidores entram em pânico, eles tendem a reduzir riscos primeiramente em mercados sobre os quais têm menos conhecimento ou que estão mais distantes de seus respectivos países.
“Não estamos aqui por causa das perspectivas para o Brasil neste ou no próximo ano, mas pelo que vemos na próxima geração ou mais adiante. Esse é um negócio de longo prazo”, disse Tucker. Apesar disso, o executivo assinalou que preocupações com as eleições presidenciais de 2014 têm sido amplamente mencionadas por investidores.
Para Beatriz Sanchez, responsável pela área de gestão de fortunas do Goldman Sachs na América Latina, a situação brasileira faz parte de um ciclo. “Como todo ciclo, existe o período de maior e mais atrativo crescimento e um período de ajuste desse crescimento a um nível mais baixo. Vemos o Brasil no longo prazo como um país com tremenda riqueza regional, classe média crescente e tremenda conectividade com o comércio internacional. A riqueza vai continuar sendo criada aqui”, disse.
Tucker destacou que, no cenário atual, os investidores estão mais dispostos a assumir riscos de forma inteligente. A pergunta é como assumir um incremento de risco para ter algum retorno, comentou. E encontrar negócios com bom nível de rentabilidade no contexto atual, de forte volatilidade, tem exigido cada vez mais dos gestores de recursos. Numa base tática, York diz que, ao longo dos últimos dois anos, o banco tem tido exposição “overweight” (desempenho acima da média do mercado) em ações.
Quem tem apostado no mercado de ações americano neste ano não tem tido mesmo razão para reclamar. O índice S&P 500 acumula alta de 14,5% nos primeiros oito meses de 2013. Na Europa, as principais bolsas também têm uma trajetória positiva, com destaque para o mercado da Inglaterra, com valorização de 8,7%.
Para o executivo, embora frágil e ainda sujeita a riscos, a recuperação dos Estados Unidos está em curso. Em relação à China, Tucker indicou que a desaceleração do país não preocupa e destacou estar impressionado com as reações dos bancos centrais, o da China incluído, para combater a fragilidade da economia.

Fonte: Valor

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?