Pão de Açúcar vai estrear no ramo imobiliário
O Grupo Pão de Açúcar anunciou ontem que sua subsidiária que atuará
exclusivamente para o desenvolvimento do ramo imobiliário já tem 19
negócios identificados, sendo três deles com estudos avançados. Segundo
o responsável pela área, Caio Mattar, a nova empresa foi registrada com
o nome de GPA Malls & Properties. A operação, que irá administrar a
receita obtida com o aluguel de espaço para terceiros, está sendo
estruturada e deve começar a funcionar a partir do terceiro trimestre.
Os locais onde instalamos hipermercados sempre são valorizados e
queremos aproveitar esse movimento para desenvolver as galerias
comerciais, que ficam dentro das lojas, disse. Mattar destacou, como
exemplo, um hipermercado Extra na Barra (RJ), que terá seu tamanho
reduzido para a construção de edifícios comerciais. Estamos olhando as
margens do ramo imobiliário, que superam as das operações de varejo,
afirmou.
O presidente do conselho de administração do grupo, Abílio Diniz,
afirmou ainda que a companhia não espera ter de conceder tag along de
100% pelas ações dos minoritários do Ponto Frio. Acionistas
minoritários declararam que vão entrar com uma reclamação na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) solicitando o pagamento integral, e não
apenas 80%, como foi negociado com o Pão de Açúcar.
O estatuto da Globex, na última cláusula, diz que a remuneração de 100%
aos minoritários só ocorrerá se a empresa aderir ao Novo Mercado, o que
não aconteceu, disse. O vice-presidente financeiro e administrativo do
Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, afirmou que a companhia, com a
junção das operações de financiamento aos clientes do Ponto Frio, o
banco Investcred, espera ampliar a oferta de serviços financeiros aos
clientes, com a oferta de produtos como garantia estendida e seguros.
Pestana destacou que a Casas Bahia tem cerca de 10% das vendas
realizadas com seguro, enquanto que no Pão de Açúcar esse percentual
está próximo a 5%. Vamos aproveitar as margens dos serviços
financeiros, que superam as operações mercantis, afirmou.
Fonte: Jornal do Commercio