Mercado de SegurosNotícias

País terá 13 milhões de octogenários em 2040

Em 2040, o Brasil terá mais de 13 milhões de pessoas com 80 anos ou mais. Em 2000, essa parcela correspondia a pouco mais de 1,8 milhão de habitantes. Esses são alguns dos dados que compõem o estudo “Envelhecimento e Dependência: Desafios para a Organização da Proteção Social”, preparado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Ministério da Previdência.
O objetivo do levantamento foi demonstrar que o Brasil tem pouco tempo para definir as soluções que adotará para sustentar o envelhecimento da população, não apenas no que se refere ao pagamento de benefícios, mas à assistência geral dos idosos.
 “A maior expectativa de vida é algo positivo, pois faz parte dos nossos projetos, é resultado de nossos esforços de políticas públicas e de desenvolvimento tecnológico. Mas, para a Previdência, é preocupante pensar no longo prazo”, disse ontem o secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer. Para a Previdência, o envelhecimento representa uma equação de difícil solução, pois haverá proporcionalmente menos gente trabalhando e mais pessoas dependendo da rede de proteção social oficial.
Schwarzer destacou que os números divulgados são a primeira radiografia sobre a situação do envelhecimento e da dependência desse público. Ainda assim, estabeleceu prazos para que comecem a ser colocadas em prática as primeiras medidas para receber o novo contingente de idosos. “Na metade da década de 2010 temos que saber qual rumo o Brasil quer tomar nessa área”, disse. Ou seja, sobra pouco tempo para definir a estratégia a adotar. “A janela demográfica atual nos dá essa oportunidade de antecipar a demanda de políticas que vamos ter que oferecer no futuro, mas em 15, 20 anos essa janela vai se fechar”, afirmou o secretário.
O estudo do Ipea considera a população com 60 anos ou mais. Os dados indicam que esse grupo, com 14,5 milhões de pessoas, representava 8,6% da população em 2000, mas em 2040 serão 55,5 milhões de pessoas, ou 26,8% da população. Haverá também forte aumento do público com mais de 80 anos. Frente a isso, o Ipea frisa que serão mais freqüentes problemas como a dependência funcional dos idosos, com perda de autonomia em atividades diárias. Por isso foi adotado o conceito de dependência associado ao envelhecimento, considerando o público que precisa de assistência permanente ou parcial para questões de saúde ou para alimentar-se.
O diretor de Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abraão, disse que esse envelhecimento vem acompanhado de uma mudança do perfil de família, que hoje conta com menos filhos. Nos anos 60, o Brasil registrava média de seis filhos para cada mulher. Hoje são menos de dois. O resultado é que os idosos de 2050 estarão sozinhos e precisarão de uma estrutura para apoiá-los. O desafio lançado ontem pelo Ipea é discutir como montar essa estrutura.
Abraão destacou ainda que haverá maior parcela de idosos em relação à População Economicamente Ativa (PEA), o que demandará maior qualificação dos jovens, pois no futuro será necessária alta produtividade para manter um grande número de habitantes sob regime de assistência oficial.

Fonte: Gazeta Mercantil

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?