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País cria vagas, mas salário de contratação ‘encolhe’

O país está criando mais empregos com carteira assinada em 2021, mas, com a disparada da inflação e com o número ainda elevado de desempregados disputando uma vaga, os salários oferecidos estão cada vez mais baixos. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que a remuneração média real de contratação – descontada a inflação – está menor do que a oferecida há 1 ano em dois terços das ocupações que mais geram vagas no país. “Das 100 principais profissões, só um terço delas só conseguiram ganhar da inflação. É o menor índice do ano e, agora, com a inflação já passando de 10% em 12 meses está ficando mais difícil. Isso vai corroendo os ganhos” , afirma o economista Fabio Bentes, autor do levantamento.

O estudo foi feito a partir do dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), considerando as 100 ocupações com o maior número de brasileiros empregados, que correspondem a 72% do estoque total de empregos formais no Brasil.

No comparativo do salário inicial médio pago em agosto com o que era oferecido em agosto do ano passado, só 34% das profissões ganharam da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo os dados do Caged, o salário médio real de admissão no país no mercado formal foi de R$ 1.792,07 em agosto – o menor valor dos últimos 12 meses.

Descontada a inflação, o valor representa uma queda de R$ 25 em relação a julho (R$ 1.817) e de R$ 113 na comparação com agosto do ano passado (R$ 1.905).

Os números do Caged mostram que o país continua gerando vagas com carteira assinada em todos setores da economia, apesar da perda de fôlego da economia nos últimos meses. Segundo os dados oficiais, nos oito primeiros meses do ano foram criadas 2,2 milhões de vagas.

Os dados do IBGE mostram, entretanto, que ainda são mais de 14 milhões de desempregados no país. Ele explica que, nas poucas ocupações com ganho real nos salários de admissão, a alta está associada a uma maior demanda neste período de reabertura da economia ou à escassez de mão de obra qualificada, com destaque para as áreas de TI (tecnologia da informação), comércio eletrônico e de saúde. “O salário de admissão de um médico clínico é de quase R$ 8.500, o que representa um ganho real de mais de 15% em 12 meses. Mas para a maioria das ocupações, os salários de admissão são baixos, para pessoas que ganham até dois salários mínimos”, observa.

Segundo o levantamento da CNC, em 59 das 100 profissões que mais empregam no país o salário inicial é de no máximo 2 salários mínimos (R$ 2.200).  

Fonte: NULL

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