Pacote é considerado insuficiente
Brasília e São Paulo, 27 de Julho de 2006 – O pacote cambial anunciado ontem pelo governo foi considerado bem-vindo pelo setor produtivo, que há muito pleiteava uma reação da área econômica em relação às condições de exportação. Mas com ressalvas. Empresários mostraram-se decepcionados com a dimensão das medidas, com a anuência do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, para quem o ideal seria deixar no exterior entre 50% e 60% dos recursos obtidos com exportações, ou seja, o dobro dos 30% anunciados ontem.Cálculos feitos pelo vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, indicam que a redução de custo para os exportadores será de no máximo 2%, dado o limite estabelecido ontem. “O ganho de R$ 0,04 por operação é muito pequeno em relação à defasagem cambial”, considerou Castro, que espera pouco impacto das medidas no câmbio.
Para o diretor do departamento de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Humberto Barbato, mesmo uma economia de apenas R$ 0,04 é bem-vinda para ajudar a recuperar a competitividade dos exportadores. No entanto, ele considerou o grupo de medidas “muito tímido”.
A-6(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Fernando Nakagawa, Cristina Borges Guimarães e Simone Cavalcanti)
Fonte: Gazeta Mercantil