Onde, como e por que tomar a vacina contra febre amarela
Desde que o surto de febre amarela começou em Minas Gerais, no final de dezembro, a doença vem alarmando não só mineiros, mas também moradores dos estados vizinhos. O Espírito Santo, que estava livre da doença desde os anos 1940, já tem casos confirmados de febre amarela e passou a vacinar boa parte de sua população. O Rio de Janeiro também iniciou, em 28 de janeiro, uma campanha de vacinação nos municípios que têm áreas rurais e ficam próximos à divisa mineira. De início, eram 16 cidades, mas a Secretaria Estadual de Saúde decidiu ampliar para o estado inteiro.
Não há, até o momento, nenhum caso suspeito de febre amarela em terras fluminenses.
Veja abaixo as respostas para as principais dúvidas sobre a vacina da febre amarela.
- Quem deve tomar a vacina?
- Quais moradores do RJ precisam se vacinar?
- Quem não mora nessas regiões deve se vacinar?
- Quais países exigem vacina contra febre amarela?
- Quanto tempo dura a vacina?
- Uma dose já protege ou tem que tomar duas?
- Onde tomar a vacina contra febre amarela?
- Quanto custa?
- É preciso comprovar que está com viagem marcada?
- Quais são as contraindicações da vacina?
- Tomar junto com outras vacinas é perigoso?
- Qual é o risco de a febre amarela chegar ao RJ?
Quem deve tomar a vacina?
Todos os estados brasileiros têm indicação para a vacina. Alguns deles, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Pará, estão completamente dentro da zona de recomendação. Outros, como Bahia, São Paulo e Paraná, têm somente parte de seu território dentro dessa zona. Além disso, devido ao atual surto, algumas áreas do Espírito Santo estão com recomendação temporária para a vacina. O Ministério da Saúde disponibiliza a lista completa dos municípios onde a imunização é recomendada.
Quais moradores do RJ precisam se vacinar?
No estado do Rio, a SES espera que toda população do estado, observando as contraindicações, seja imunizada até o fim deste ano. Ao todo, serão necessárias cerca de 12 milhões de doses nesse período, segundo o órgão. Todos os 92 municípios terão seus estoques abastecidos para que possam organizar suas campanhas de acordo com as capacidades operacional e de armazenamento de cada um, informou a secretaria. Em todas as áreas recomendadas, pessoas com idades de 9 meses a 60 anos devem receber a imunização.
Quem não mora nessas regiões deve se vacinar?
Somente se estiver com viagens programadas para áreas do país ou do exterior com recomendação de vacinação. É preciso tomar a vacina pelo menos dez dias antes do início da viagem, uma vez que a imunização só faz efeito entre o 7º e o 10º dia após a dose.
Quais países exigem vacina contra febre amarela?
Além do Brasil, a vacina é recomendada em algumas nações da América Latina e da África, como Equador, Bolívia, Congo e Angola. A lista completa, em inglês, é disponibilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quanto tempo dura a vacina?
A vacina garante a imunidade por dez anos, quando é preciso tomar uma nova dose. Após a segunda dose, não há mais necessidade de tomar uma nova vacina.
Uma dose já protege ou tem que tomar duas?
A OMS afirma que apenas uma dose é necessária para proteger para toda a vida, mas, por cautela, o Ministério da Saúde recomenda que se tome duas doses, para garantir que a imunização não se perca em algum momento da vida. Se a criança nascer em uma área onde a doença é endêmica, precisa tomar a primeira dose aos 9 meses de idade e a segunda, aos 4 anos. Se o tempo da primeira dose passar e a criança só vir a tomá-la aos 3 anos, por exemplo, continua tendo que tomar o reforço aos 4, desde que haja um intervalo de ao menos seis meses entre as duas doses. Para todos os que tomaram a primeira dose já com 5 anos ou mais, o reforço deverá ser feito apenas dez anos mais tarde.
Onde tomar a vacina contra febre amarela?
Ela é disponibilizada gratuitamente em postos de saúde da rede pública de todas as cidades do país. Na cidade do Rio, a vacina da febre amarela é oferecida em algumas Clínicas da Família e nas unidades chamadas de Centros de Municipais de Saúde (CMS), como o CMS Milton Fontes Maragão, no Engenho de Dentro, e o CMS Carmela Dutra, em Rocha Miranda. A vacina também pode ser tomada em clínicas particulares, que cobram por dose, mas que também têm apresentado falta de doses.
Quanto custa?
Cada dose é aplicada a um preço que varia de R$ 150 a R$ 240, segundo levantamento do GLOBO feito com dez redes de clínicas privadas da cidade do Rio de Janeiro.
É preciso comprovar que está com viagem marcada?
Não. Os postos de saúde não podem solicitar qualquer tipo de comprovação, até porque a viagem pode ser feita de carro, sem necessidade de compra de passagem, por exemplo. No entanto, as secretarias estaduais de Saúde pedem que as pessoas não tomem a vacina se não vão viajar para lugares onde ela é necessária.
Quais são as contraindicações da vacina?
Ela é contraindicada para gestantes, mulheres que estejam amamentando, pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras tais quais quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo. A vacina também é contraindicada para indivíduos portadores de lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillan Barré, ELA, entre outras); pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; pacientes portadores de HIV/Aids; e crianças menores de 6 meses de idade.
Tomar junto com outras vacinas é perigoso?
Sim, crianças não devem receber as vacinas tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela) junto com a vacina contra a febre amarela. O intervalo entre elas deve ser de 30 dias. Não há problema em relação a outros tipos de vacina.
Fonte: O Globo