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Onda Obama avança, mas Hillary ainda está no páreo

O entusiasmo em torno do senador negro Barack Obama aumentou bastante nos últimos dias, mas ele ainda não conseguiu acumular força suficiente para encerrar a disputa que trava com a ex-primeira-dama Hillary Clinton e assumir a liderança do Partido Democrata na eleição presidencial de novembro.
Obama obteve vitórias expressivas nos quatro Estados menores que realizaram prévias partidárias no fim-de-semana. E ele deverá se sair bem novamente hoje, quando o partido realizará eleições primárias nos Estados de Maryland e Virgínia e na capital federal, Washington, lugares onde as pesquisas sugerem que Obama tem uma vantagem superior a 15 pontos percentuais.
Mas ele ainda está longe de reunir o número de delegados necessário para ter a maioria na convenção nacional do partido, em agosto, quando os democratas escolherão seu candidato à Presidência dos EUA. E as próximas etapas do processo eleitoral oferecem diversas oportunidades para Hillary se recuperar dos reveses que sofreu nas últimas semanas.
De acordo com projeções da agência de notícias Associated Press, Hillary conquistou até agora o apoio de 1.136 dos delegados. Obama teria 1.108. São necessários 2.025 delegados para vencer a convenção do partido, Se as pesquisas estiverem certas, é provável que Obama passe à frente de Hillary hoje, quando haverá 237 delegados em jogo.
As regras do Partido Democrata permitem que os dois candidatos acumulem delegados nas eleições primárias de forma proporcional à votação que receberem em cada Estado. Isso significa que, mesmo se perder para Obama hoje, Hillary ganhará delegados em número suficiente para continuar no páreo.
Obama tem atraído multidões cada vez maiores para seus comícios. Ontem, em Maryland, ele encheu um ginásio universitário com quase 18 mil pessoas. Algumas esperaram três horas para vê-lo e ouvi-lo, contando o tempo de espera na fila para passar pelos detectores de metal e para entrar no local do evento.
Obama agradou a platéia com uma repetição do discurso de sempre de seus comícios e não fez nenhum gesto que sugerisse a certeza que alguns dos seus simpatizantes parecem ter da sua vitória. Ele mencionou Hillary de passagem apenas uma vez. “A última coisa de que precisamos é do mesmo velho elenco fazendo as mesmas coisas de novo e de novo”, disse.
Pesquisas feitas nos Estados que já votaram sugerem que nem Hillary nem Obama tem conseguido fazer avanços significativos sobre o campo adversário. Obama tem a preferência dos eleitores de renda e escolaridade alta e ganha sempre nos lugares onde os negros têm peso maior na população, como é o caso de Maryland e da Virgínia.
Hillary, por sua vez, vai bem entre as mulheres e é a predileta dos trabalhadores e dos eleitores com menor escolaridade. Os grupos que têm preferência por Hillary têm peso maior em Estados importantes que só irão às urnas em março e abril, como Ohio e a Pensilvânia, onde ela espera conseguir equilibrar novamente a disputa com Obama.
Um problema para a ex-primeira-dama nas próximas semanas será convencer os aliados de que será possível conter até lá a empolgação em torno do seu adversário. Ao mesmo tempo, ela precisa lidar com os sinais de desarranjo interno em suas fileiras. Hillary tem atraído menos doadores do que Obama, e a coordenadora-geral de sua campanha entregou o cargo nesta semana.
Se Hillary conseguir se recuperar e se a disputa com Obama continuar apertada até o fim das primárias, só a convenção do partido poderá acabar com a indefinição entre os democratas. Nesse caso, um grupo especial de líderes partidários (os superdelegados), que têm direito a voto na convenção, terá mais importância do que os delegados que estão sendo eleitos agora. Ninguém sabe ao certo como eles votarão, mas o casal Clinton tem forte influência na direção do partido.
No Partido Republicano, as primárias de hoje devem ajudar a consolidar a liderança do senador John McCain. Segundo projeções da AP, ele já tem 719 dos 1.191 delegados necessários para vencer a convenção republicana. Seu principal adversário, o ex-governador Mike Huckabee, tem apenas 234.

Fonte: Valor

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