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Oi entra em SP; Vivo e Claro terão cobertura nacional

O traçado do mapa da telefonia móvel no Brasil ganhou ontem mudanças importantes. A Oi (ex-Telemar) ganhou o direito de entrar no mercado paulista. Em lances já esperados, a Claro e a Vivo passaram a ter a prerrogativa de cobertura em todos os Estados do país – algo que até agora somente a TIM fazia – Todas arremataram lotes oferecidos no leilão de sobras de licenças de celular promovido pela Anatel.
A Oi pagou R$ 80,5 milhões, ágio de quase 20% sobre o preço mínimo da outorga, para se tornar a quinta operadora na região que envolve todo o Estado de São Paulo, com exceção de algumas áreas. Para essas localidades, a Oi venceu outra disputa e está apta a operar na região do município de Franca.
O lance é estratégico para a Oi, que finalmente entrará no principal mercado do país. Com a nova base em São Paulo, a operadora também teria cobertura nacional numa eventual fusão com a Brasil Telecom.
Mas, antes disso, a entrada em São Paulo está diretamente ligada aos planos da Oi para a terceira geração (3G) da telefonia móvel. Segundo o edital do leilão que a Anatel deverá fazer no fim deste ano para oferecer as licenças da nova geração, quem arrematar as freqüências da Grande São Paulo será obrigado a atender também Estados da região Norte. Da mesma maneira, quem vencer a disputa pelo interior paulista levará também o Nordeste. “A Oi atua no Norte e no Nordeste e nós vamos oferecer 3G nessas regiões”, disse o presidente da operadora, Luiz Eduardo Falco. “A 3G é imperial para a nossa entrada em São Paulo.”
O raciocínio é que nem todos os clientes têm interesse nos serviços de transmissão de dados possibilitados pela terceira geração. Segundo Falco, as licenças obtidas no leilão de ontem serão usadas pela companhia para oferecer serviços de voz para esses clientes em São Paulo – da mesma forma que a Oi fará nas demais regiões em que atua. “Nós apoiamos o edital da Anatel para a 3G”, afirmou Falco. O documento, que ainda não foi publicado, estabelece regras para a universalização do serviço de celular e tem despertado críticas da Vivo, da TIM e da Claro.
As operadoras aproveitaram a licitação da Anatel, que continua hoje, para preencher lacunas em suas áreas de cobertura e, também, aumentar a capacidade de transmissão das redes. A Vivo pagou R$ 13 milhões, com ágio de aproximadamente 50%, para entrar em seis Estados do Nordeste onde ainda não operava. Com isso, fecha a cobertura em todo o território nacional. Recentemente, a operadora adquiriu o controle da Telemig Celular, o que lhe permitirá entrar em Minas Gerais. O negócio deveria ter sido analisado ontem pelo conselho diretor da Anatel, mas foi retirado da pauta.
“A grande vantagem é que agora podemos competir em pé de igualdade”, disse o presidente da Vivo, Roberto Lima. Lima adiantou que a empresa não pretende usar todo o prazo de 12 meses, permitido pela Anatel, para iniciar as operações nos Estados em que venceu a disputa ontem – Alagoas, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Para ele, o principal resultado do leilão é que “foi estabelecido um campo de jogo igual para todo mundo”.
A Vivo chegou a disputar com a Claro um lote que englobava cinco Estados – Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Roraima. Mas desistiu de fazer uma contraproposta para superar a oferta de R$ 9,9 milhões, da Claro, com ágio de quase 90%. O resultado também garante, a partir de agora, cobertura nacional à operadora controlada pelo mexicano Carlos Slim. Ela só ficará de fora de parte do Triângulo Mineiro, já que arrematou ainda um lote para Londrina (PR), por R$ 5,8 milhões.
“Isso mostra o quão comprometidos estamos com o Brasil”, disse o presidente da Claro, João Cox. O executivo não quis estimar um prazo para a implantação da rede nas novas áreas. Ele ressaltou que a empresa já está investindo no aumento de sua capacidade na área de cobertura atual e também na implantação de infra-estrutura em 3G antes do leilão da Anatel, aproveitando espaços ociosos nas faixas de que já dispõe.
A comissão de licitação da Anatel ainda não oficializou outra vitória da Oi, que daria à operadora mais espaço para explorar o serviço de telefonia no interior de São Paulo. No primeiro lote em disputa, a Oi superou a oferta apresenta pela Unicel, mas a concorrente apresentou recurso à comissão, com efeito suspensivo. De qualquer forma, a decisão não altera o resultado de outro lote, assegurando, portanto, a entrada da Oi no Estado de São Paulo.

Fonte: Valor

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