O novo corretor de seguros
Cumpre a ele desfazer o conceito de mal necessário. De um modo geral, quando o assunto é `seguro` ainda há resistência do público em geral. Isso ocorre devido a falta de conscientização de sua necessidade, além de, muitas vezes, pela atuação não-profissional do corretor, passando a impressão errada do seu papel: o de simples vendedor.
O verdadeiro corretor tem consciência de que, ao efetuar uma venda, ele está assumindo a responsabilidade da transação e que a qualquer momento pode ser convocado a responder sobre a operação. É nessa hora que o profissional fará a diferença, apresentando seus verdadeiros valores através de sua assistência e agilidade. A partir do momento que o corretor assume a manutenção do contrato com inteira responsabilidade e oferece total assistência ao seu cliente, certamente conseguirá levar um alto nível de satisfação e garantir a renovação e a divulgação de seus serviços.
Na verdade, 80% dos novos clientes de corretoras de seguros são provenientes de indicação de sua própria carteira de clientes. Embora os números sejam altos, o hábito de `fazer` seguro no Brasil é inexpressivo em face dos Estados Unidos e de países europeus. Não está na cultura brasileira assegurar seus bens e produtos. Em 2005, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), esse mercado movimentou o equivalente a R$ 42,566 bilhões ? com exceção do ramo saúde, que deve chegar à casa dos R$ 8 bilhões, totalizando em R$ 50 bilhões o faturamento do setor.
Hoje esse mercado é responsável por 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com a expectativa de crescimento de 5% em 2006. O Brasil, aos olhos das empresas estrangeiras, é um país promissor nesse segmento. Há muito o que explorar e conscientizar, apesar da relutância por parte das famílias e das empresas de incluir seguros em seus orçamentos financeiros. Ante as presenças de novos produtos e empresas, inclusive de multinacionais, com o amadurecimento da população e estabilização da economia em nosso país, o corretor tem muito ainda a crescer.
Diante de todo esse cenário, é necessário pensar em seu novo perfil, em seu novo papel. Cabe a nós, corretores, fomentarmos a erradicação da idéia de que seguro é um mal necessário. O novo corretor nem deveria, na verdade, ser chamado de corretor, mas sim de consultor. A corretagem necessita de uma reformulação, incorporando os conceitos de excelência no atendimento e no encantamento do cliente. Fazer mais pelo mesmo valor a moda, surgida da necessidade de fazer mais por menos, pegou todo mundo de jeito, empresas e famílias.
Mas até nessa questão vejo o papel do novo corretor (consultor) favorecido, já que, com o mercado oferecendo muitas opções, o corretor dedicado consegue atender à necessidade de seu cliente mantendo a equação custo adequado com melhor benefício. Com o mercado carente de serviços completos e de boa qualidade, o novo corretor é considerado uma fonte de soluções. Não vejo mais lugar para relações impessoais e descomprometidas no mundo dos negócios. Quando o assunto é o seu patrimônio, sua vida, saúde e família, um atendimento completo e personalizado faz a diferença. Nada mais justifica a tradicional imagem do corretor como simplesmente vendedor de seguros.
E quem se adequar primeiro já sai na frente, ganhando terreno. O mesmo mercado que quer excelentes produtos e preços competitivos, ultimamente tem dado sinais claros de que também deseja um relacionamento com seu corretor, alguém comprometido de fato com sua satisfação, honesto e devidamente registrado em órgãos oficiais, oferecendo mais segurança.[1]
Assim como novos artistas cativam seu público com interpretações singulares, imagino o novo corretor como um profissional que vê cada cliente como um fã em potencial e se esmera em oferecer-lhe o melhor em todas as etapas que envolvem a comercialização de seguros. Para esse novo corretor o mercado certamente pedirá bis!
Fonte: Gazeta Mercantil