O Novo Cenário da Liderança Feminina do Mercado de Seguros
O esforço para que haja mais mulheres nos cargos de liderança tem sido uma busca constante no mercado de trabalho. É notório que as mulheres estão recebendo mais oportunidades para assumir papéis de liderança do que no passado.
Como dizia Conant, “para vencer no mercado é preciso antes vencer no trabalho”. No momento em que várias indústrias estão passando por uma mudança significativa, a indústria de seguros avança com um olhar diferente com a participação mais atuante das mulheres em funções estratégicas.
As mulheres enxergam o trabalho como um componente de seu plano de vida, valorizam principalmente fatores como propósito, integração com os colegas de trabalho e são capazes de equilibrar as habilidades de liderança entre vida profissional e pessoal.
Líder convicta e com visão diferenciada, a mulher líder do mercado de seguros usa o seu talento, habilidade e inteligência emocional para motivar e influenciar positivamente as pessoas. Determinação, foco, habilidade para resolver problemas complexos, pensamento crítico e criativo são termos atribuídos à capacidade de superar os desafios atuais estabelecidos pelo mercado que evolui em busca de um cenário de equidade.
E a mulher faz parte desse ambiente mais amplo, colaborativo e significativamente transformador. A frequência e o impacto dessas mudanças trarão resultados extraordinários para o setor.
Desafios
As mulheres fizeram grandes avanços na conquista da igualdade no setor de seguros, mas reconhecem que muito mais precisa ser feito. É um momento de ascensão. Hora de voar. Quando uma mulher cresce no mercado de seguros, todos crescem juntos. Mas, muito ainda é negado por preconceitos culturais e até de forma inconsciente.
Embora o número de mulheres que hoje trabalham no setor de seguros seja aproximadamente igual ao número de homens, ainda não há igualdade nos cargos na alta liderança, conforme demonstram pesquisas recentes.
As mulheres também recebem salários menores do que os homens, demostram dados do mercado em 2018. O salário médio das mulheres equivale a 71% ou 72% do valor do salário médio dos homens.
O mercado pode atribuir essas desigualdades a interrupções na carreira que ocorrem quando as mulheres tiram licença para ter filhos. Contudo, a pesquisa diz o contrário. As mulheres são menos propensas que os homens a negociar sua remuneração quando entram nas empresas e/ou quando já estão trabalhando.
Como as equipes de alta liderança, ainda dominadas por homens, comandam em sua maioria as decisões de suas organizações e geralmente determinam quem é promovido e quem não é, tendem a selecionar profissionais semelhantes a eles.
Quando isso ocorre, pode interferir no sucesso das mulheres, questionar a eficiência de sua liderança e ainda reduzir oportunidades em promoções e remuneração iguais a dos homens.
Muitas seguradoras, corretoras e empresas relacionadas ao mercado de seguros já possuem iniciativas para promover maior diversidade de gênero, porém o setor ainda tem um longo caminho a percorrer.
Diversidade dá lucro
Segundo o Instituto Global McKinsey, diversidade dá lucro. Estima-se que, se as mulheres em todos os países tivessem o mesmo papel que os homens no mercado, uma quantia de US$ 28 trilhões ou 26% poderia ser adicionada ao PIB global anual até 2025.
As mulheres controlam 65% dos gastos familiares. Decidem 70% das compras no mundo segundo a Boston Consultin Group e Harvard Buniness Review.
Eliminar a diferença de gênero na participação econômica em 25% até 2025 poderia aumentar o PIB global em US$ 5.3 trilhões do mesmo período, segundo Fôrum Econômico Mundial de 2017.
Avanços
Este ano o mercado de seguros apresentou um crescimento na participação das mulheres em cargos de liderança comparado aos últimos três anos. Elas ocupam atualmente 33% dos assentos dos cargos executivos, segundo estudo realizado pela Escola Nacional de Seguros e permanecem como maioria do mercado com uma participação de 55% em todos os níveis.
Maria Helena Monteiro, diretora da Escola Nacional de Seguros, uma das principais vozes do setor e Margo Black, presidente da AMMS que atua no mercado brasileiro há 20 anos, são grandes incentivadoras da atuação das mulheres em cargos de liderança no setor de seguros. “Se eu tivesse que deixar um legado, seria de fazer a diferença para as mulheres do mercado de seguros brasileiro, eu acho que estou no caminho para conseguir isso” afirma Margo Black.
Grandes inspirações para o mercado também tem apoiado significativamente o empoderamento das mulheres na indústria de seguros. A economista Solange Vieira que tomou posse este ano como primeira mulher Superintendente da Susep. Paula Lopes – Diretora Executiva da Marsh. Carolina Vieira – Presidente da Markel. Glaucia Smithson da AGCS. Maria Eduarda Bonfim – Presidente da THB. Judi Newsam da Guy Carpenter. Camila Calais – Sócia do escritório de advocacia Mattos Filho.
O Lloyd’s, maior mercado de seguros e resseguros do mundo, introduziu várias iniciativas para construir um mercado cada vez mais diversificado, em 2014 com a contratação da primeira CEO feminina do Lloyd’s, Inga Beale trouxe no ano seguinte para todo mercado uma importante iniciativa para o setor. O Dive In Festival, que celebra a diversidade e a inclusão em mais de 17 países ao redor do mundo atualmente, inclusive o Brasil.
As empresas do setor tem empenhado um papel fundamental criando comitês de diversidade e, valorizando a atuação da mulher no mercado. Associações como a AMMS – Associações das Mulheres do Mercado de Seguros tornaram-se um grande incentivo para as mulheres da indústria de seguros ganharem mais uma voz e visibilidade relevante. Já são mais de 2000 participantes em mais de 19 eventos no primeiro ano de atuação com temas voltados para o público feminino do mercado de seguros.
Sim, há ainda muito mais o que fazer. Mas, uma nova geração de mulheres líderes surge a cada ano para dar continuidade na construção e escala das montanhas. O mercado reconhece e apoia. As notícias são animadoras. Elas têm celebrado conquistas e progresso. Houve mudança. As fotos oficiais já não são mais de minoria feminina. Muito disso deve-se a um passado onde mulheres do setor lutaram incansavelmente para que todas tivessem oportunidades iguais e equidade hoje. O incentivo de outras mulheres têm sido fundamental.
As mulheres possuem voz ativa, habilidades, ideias compartilhadas, autenticidade e prosperam por elas mesmas. Enxergam um futuro vibrante. Elas estão fazendo história no mercado brasileiro de seguros.