O momento do corretor de seguros

Nos últimos meses, os consumidores passaram a conviver com uma realidade desagradável no momento da renovação das apólices do seguro auto.

Na comparação com o ano de 2021,oreajuste dos prêmios sofreu uma elevação que atingiu índices variando de 30% a 50%. A justificativa apresentada pelas seguradoras para o cenário está relacionada ao atraso na entrega de veículos novos, valorização dos seminovos, aumento do custo das peças e o período inflacionário.

O vice-presidente da Região Sul da Federação Nacional dos Corretores de Seguros, Ricardo Pansera, disse que o momento não é nada fácil, mas lembra que compete aos corretores trabalharem pela busca de custos mais adequados à realidade dos consumidores. “O corretor é o defensor das expectativas. Nesta ocasião, entra o trabalho do consultor de seguros, precisando entender a necessidade do cliente e disponibilizar as coberturas que ele realmente necessita”.

Segundo o dirigente, é importante compreender a formação do atual cenário após a passagem do período crítico da pandemia. Pansera ressaltou que entre os anos de 2020 e 2021 a circulação de automóveis foi baixa, assim como o volume de sinistros. “Desta forma, as companhias reduziram os preços como forma de competitividade. Por outro lado, a tabela FIPE aumentou acima de 30%, ocasionando reflexos neste momento com a retomada da circulação dos veículos e dos sinistros. As empresas estão cobrando estes custos. Até pode ser compreensível, mas ficou pesado para o orçamento da sociedade”, afirmou.

Ricardo Pansera também destaca que o quadro do segmento seguro auto tende a uma readequação nos próximos meses, tão logo seja normalizado o fornecimento de peças e componentes importados e a entrega de veículos zero quilômetro.

No seu entendimento, estes pontos, somados a valorização dos prestadores de serviços, determinaram a precificação e o consequente impacto no orçamento das seguradoras. Além destes itens, o vice-presidente da Região Sul da Fenacor lembra que a inflação corrói a capacidade de consumo da sociedade, pois as remunerações profissionais não estão acompanhando os reajustes do cotidiano.

Visando o enfrentamento da adversidade, Pansera sugere que os corretores busquem no leque das seguradoras as melhores oportunidades para os seus clientes. “Existem artifícios que podem equilibrar o custo do seguro à realidade do cliente, como a adequação da assistência de quilometragem, a retirada do benefício do carro reserva, o aumento do valor da franquia e a colocação de 90% ao invés de 100% da Tabela FIPE”.

Em relação a atuação da Fenacor, Ricardo Pansera informou que a entidade mantém contato permanente com a categoria e as empresas, com o objetivo de assegurar a satisfação dos profissionais e segurados. “O conceito básico do corretor é deixar o seu cliente satisfeito e seguro”, concluiu.     

Fonte: NULL