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O ajuste histórico da Selic conduzido pelo Copom

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortará a taxa Selic pela 5ª vez consecutiva nesta quarta-feira. Com isso, praticamente irá zerar o ciclo de aperto monetário que, em sua última fase, elevou a taxa básica brasileira de 11% a 14,25% ao ano – maior nível em uma década.

O ciclo de alívio monetário em curso desde outubro do ano passado já reduziu a taxa Selic em dois pontos, aos atuais 12,25% ao ano. A prevalecer a opinião da maioria dos analistas e a sinalização da curva de juros na BM&F para o resultado do encontro de hoje, a ser anunciado a partir das 18h, a taxa básica cairá mais um ponto, para 11,25% ao ano. E o ciclo de baixa passa a acumular três pontos, variação ligeiramente inferior aos 3,25 pontos colecionados no ciclo de aperto monetário disparado em outubro de 2014.

Na pesquisa Valor de projeções para a Selic neste mês e em dezembro de 2017 e 2018, 42 de 44 economistas de mercado contam com a taxa de 11,25% em vigor a partir desta quinta-feira. Os dois analistas que não estão com a maioria esperam cortes de 1,25 ponto e 0,75 ponto no Copom de hoje.

As projeções para a taxa básica da economia no fim deste ano variaram de 8% a 9,75%, sendo que 86% dos entrevistados concentram suas apostas entre 8% e 9%. Ambas as taxas indicam, portanto, que o processo de corte do juro está chegando à metade. Se 2017 for encerrado com Selic a 8%, o Copom ainda deverá cortar a taxa em mais 3,25 pontos; se o ano terminar em 9%, o corte que faltará equivale a 2,25 pontos.

Os dois ajustes são expressivos e instalarão a estrutura de juro no Brasil em um patamar que podemos considerar inédito se for prolongado. A Selic nominal comparável à do fim do ciclo atual foi observada entre maio de 2012 e outubro de 2013.

Contudo, há ao menos uma diferença crucial entre os dois momentos – em 2012, o Banco Central do 1º mandato da ex-presidente Dilma Rousseff arrastou o juro a 7,25% com um represamento importante da inflação que estourou mais adiante, justificando, inclusive, a política de “realismo tarifário” adotada por Joaquim Levy, ministro da Fazenda em 2015, quando Dilma cumpria o primeiro ano do 2º mandato – interrompido em 2016 pelo impeachment.

Fonte: Valor

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