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Número de carros devolvidos aos bancos pelos brasileiros aumenta

Com o orçamento mais apertado, muitos brasileiros não estão conseguindo ficar em dia com o financiamento do carro. E isso tem levado muita gente a entregar, espontaneamente, o veículo para o banco. O resultado é que, no primeiro semestre, a retomada de carros cresceu 19% em relação ao mesmo período do ano passado.Eles ligam, ligam e ligam. O telefonema da moça que vai fazer a cobrança ninguém quer receber, mas, quando acontece, é uma oportunidade de negociar. “Se eu te der um desconto, o senhor consegue efetuar esse pagamento? O que que eu posso te ajudar?”, pergunta a negociadora Solange Villalon.Na lista de devedores tem um montão de gente que entrou no vermelho e não está conseguindo pagar a prestação de jeito nenhum. Até quem tinha comprado carrão. E os bancos, que antes davam um tempinho a mais, agora não querem esperar.“A cobrança chegava para nós iniciarmos o processo com 31 dias. Esse semestre já teve uma mudança, isso antecipou já em alguns bancos, já se começa a cobrar com dez dias, entre dez e 15 dias de atraso e isso reflete também na parte de ajuizamento também da cobrança”, afirma o diretor de planejamento da Localcred, Alexandre Rodrigues. Ajuizamento da cobrança é quando o banco manda pegar o carro de volta.Mas quem está devendo pode fazer de outro jeito. Uma coisa que o pessoal percebeu é que aumentou muito a quantidade de carros que foram devolvidos aos bancos e financeiras por clientes que não conseguiam mais pagar a prestação do veículo, e aí tiveram que se desfazer da dívida, desapegar mesmo, entregar o carro. Só na manhã desta quinta-feira (23) chegaram ao pátio 60 veículos, 50 deles foram entregues pelos próprios compradores.“A partir desse ano, a gente notou uma iniciativa maior dos devedores, impulsionada logicamente também pelas ações de cobrança, em que a entrega amigável hoje está no patamar maior do que a recuperação judicial do veículo por inadimplência”, diz o diretor executivo do Instituto Geoc, Célio Lopes.O resultado? Um mar de carros. Isso em apenas um dos muitos pátios de leilões em São Paulo. “Nós recebíamos 1,9 mil carros por mês, e estamos recebendo 2,4 mil veículos por mês. Nós estamos falando de veículos leves”, aponta o leiloeiro Ronaldo Milan.Mas, se você está na forca sem conseguir pagar a prestação, fique ligado: nem essa “entrega amigável” nem a recuperação judicial acabam com a dívida com o banco. O carro que vai para leilão é vendido por um preço pelo menos 15% menor que o de mercado. Esse dinheiro da venda vai para o banco e é usado para abater as prestações que estão em aberto, mas nem sempre é suficiente. “Se o valor foi abaixo da dívida do cliente, restará ainda um saldo devedor. Quem deverá pagar é a instituição financeira”, explica Lopes.O Procon orienta o de sempre nessa hora de aperto: chora, negocia. “É muito importante que o consumidor consiga essa renegociação com a empresa. É um momento até de apresentar uma proposta, uma medida conciliatória, para poder quitar o valor”, diz a coordenadora da área técnica do Procon-SP, Renata Reis.

Fonte: G1

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