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Nova lei e abertura ensaiam explosão de demanda

As mudanças na legislação dos seguros de pessoas feita este ano, que causaram polêmica por, na prática, estabelecer aumento dos prêmios dos clientes mais idosos das apólices de grupo, podem ser justamente a medida mais importante para fazer este mercado explodir nos próximos anos e atrair novos players internacionais. O prognóstico é do titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Renê Garcia. Para ele, as reformas na regulamentação dos ramos de pessoas encerram as assimetrias existentes entre o país e o mercado mundial, ampliando o interesse dos investidores externos em atuar no Brasil, citado como um dos com maior potencial de expansão do seguro. Pelas suas contas, o mercado de pessoas, que hoje representa 16% dos negócios do mercado, pode dobrar de tamanho nos próximos cinco anos e, a médio prazo, ter uma produção equivalente a mais da metade do bolo.
_ A legislação de pessoas está completa e equivale-se às mais modernas do mundo_ disse ele.
Para Renê Garcia, a nova legislação e a abertura de resseguros pode dar uma nova dinâmica ao mercado. Isso porque a tendência é que haja uma migração dos planos coletivos para as apólices individuais, permitindo preços justos ante o risco. Já a abertura permitirá que o hoje combalido mercado de planos de resseguros de vida seja revitalizado, colaborando para a expansão dos negócios. Até agora, a demanda de resseguros para os riscos de vida não é grande porque a maioria das apólices é de acumulação de recursos, ou seja, passivos de longo prazo que não exigem proteção imediata do IRB Brasil-Re. Mas a tendência de desenho de novos produtos, como os seguros dotais (mix de acumulação e riscos de morte e invalidez), pode ampliar a exposição das companhias, fazendo-as buscar proteção nos resseguradores para pulverizar os riscos assumidos.
Um bom exemplo do que poderá estar disponível no mercado com a presença estrangeira são os seguros da Prudential do Brasil. Ex-parceira da Bradesco Seguros até 2002, a Prudential explora o nicho de seguros individuais de vida. Sua principal inovação é que o seguro é desenvolvido sob medida para os clientes, após um diagnóstico de sua vida financeira e necessidades de proteção feita por corretores. Dessa forma, no auge da atividade profissional o preço do seguro é mais alto, mas declina à proporção em que o tempo passa e grande parte das despesas fixas, como o da casa própria ou custeio dos estudos dos filhos, vai deixando de existir.
_ Preferimos seguros personalizados a atuar de forma massificada, porque temos uma rígida política de aceitação de riscos, que inclui até avaliação de saúde antes da assinatura do contrato_ informa William Yates, presidente da seguradora. O resultado disso é que, apesar da carteira de 50 mil vidas, a receita de prêmios de seguros foi de R$ 48,9 milhões no primeiro semestre, um aumento de 23,9% em relação ao mesmo período do ano passado; e o lucro cresceu 177%, para R$ 7,2 milhões. Os seguros da Prudential destinam-se à classe média e classe média alta e hoje englobam R$ 8 bilhões em capitais segurados.
Susep estuda apólice popular a R$ 3
Depois de dois anos de lançado, a apólice popular (combina coberturas de auxílio funeral e indenizações por morte, de baixo valor) tem um universo de 5 milhões de segurados. Os seguros (comprados entre R$ 6,90 e R$ 9,90) poderiam crescer ainda mais a demanda se os custos operacionais fossem mais reduzidos. Segundo Renê Garcia, a autarquia estuda alternativas para que o preço mínimo possa cair para R$ 3. O principal problema é a tarifa bancária, até 40% do prêmio mensal. Com novos canais para o pagamento,, mais 10 milhões de pessoas teriam acesso ao seguro popular.

Fonte: Jornal do Commercio

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