Nobel de Economia ajuda a pensar o papel da mulher
A professora de Harvard Claudia Goldin, vencedora do Nobel de Economia de 2023, é a terceira e a primeira a ganhar sozinha o prêmio, pois as antecessoras dividiram a premiação com homens.
Segundo Maria Carolina Medeiros, professora da ESPM, doutora em Comunicação e pesquisadora da socialização feminina, além de ser a primeira mulher laureada individualmente, o que seria um marco a ser enaltecido, a pesquisa de Goldin tem um papel importante nos estudos sobre as mulheres. As pesquisas da economista contribuem para pensarmos sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, carreira, família e diferença salarial. Goldin considera que vemos um resíduo da história à nossa volta e, de fato, as desigualdades que ainda testemunhamos no mercado de trabalho decorrem em grande medida do papel atribuído às mulheres ao longo dos séculos, diz.
Adriana Gomes, coordenadora nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM, enxerga o Brasil como um mercado mais equilibrado atualmente. Muitas empresas trabalham exclusivamente para que seu quadro de colaboradores seja mais diverso. A ideia, porém, é que as mulheres sejam cada vez mais percebidas com um valor efetivo para o mercado e não como uma meta de diversidade a ser atingida, diz.
As transformações, sobretudo as culturais, são lentas e o recente Nobel de Economia para Claudia Goldin é um sinal dos novos tempos.
Fonte: NULL