Negócio compartilhado economiza investimento e dispensa marketing
Uma tendência do mercado é aproveitar o que já está pronto: estrutura e funcionários. É mais rápido e fica mais barato. São os negócios compartilhados. Em São Paulo, uma escola tradicional de ensino fundamental levou a escola de inglês para dentro das salas de aula. Está compartilhando o mesmo espaço e os mesmos clientes.
Para a Júlia, 9 anos, estudar inglês ficou prático: é só dar alguns passos. Eu saio da minha casa, venho para escola, faço todas as minhas lições do dia a dia e depois faço meu inglês aqui. Very good!, diz ela.
Os pais economizam tempo e trânsito. A escola de inglês sendo junto da outra escola normal, para gente é um acesso só, gasta menos condução, a gente mora perto daqui, fica tudo tranquilo, diz Douglas, pai da Júlia.
Vantagem é redução de custos
A franquia de curso de inglês foi criada pelo Rogério Gabriel para ser montada dentro de escola de ensino básico. Uma das grandes vantagens é a redução de custos. O investimento para montar uma franquia dessas cai mais de 70%. Numa unidade tradicional, por exemplo, o investimento varia entre R$ 90 e R$ 160 mil.
Esse modelo de economia compartilhada é um negócio que veio para ficar mundialmente. A gente está vendo grandes cases mundiais, compartilhamento de casa, compartilhamento de carros, e o nosso é um compartilhamento de escolas, diz o empresário.
Na unidade que é dentro da outra escola, como a do franqueado Maurício Castilla Garcia, o investimento cai para R$ 20 a 30 mil. E no dia a dia, os custos também despencam porque a recepcionista, o pessoal administrativo e o imóvel são os mesmos, sem custos extras de aluguel. Somando tudo, a escola dentro de outra escola economiza R$ 20 mil por mês na operação.
Sem investimento em marketing
E a franquia de curso de inglês não tem que investir em marketing para atrair clientes. Os próprios alunos da escola tradicional fazem o curso. A gente vai exatamente dentro do público alvo. A captação do aluno é parar o aluno na hora que ele está entrando na sala de aula e apresentar a nova escola de inglês que está ali dentro, diz Maurício.
O franqueado Maurício Castilla Garcia conta que também nem precisou fazer propaganda. Já entrou com todas as turmas desde o jardim um até o quinto ano do fundamental. A gente tem alunos que são de fora e na verdade houve o caminho inverso. Eles começaram no inglês e agora estão se matriculando no regular. Um negócio alimenta o outro.
Mensalidade também cai para aluno
A franquia só precisou contratar uma professora para ensinar inglês. Com o custo mais baixo, cai o valor da mensalidade do curso de inglês. A gente mantém uma faixa na média de 10 a 15% de lucratividade, o que no mercado atual hoje, na economia do país hoje é um indicador muito bom, explica Maurício.
O professor da FIAP, Marcos Crivelaro, explica que esse modelo de negócio compartilhado, mais enxuto e competitivo, pode ser aplicado a várias atividades.
Vou citar cabeleireiro. No caso da manicure, enquanto ela está fazendo a mão, ela faz uma refeição. Então lá tem uma pequena lanchonete que compartilha esse espaço. Outro exemplo que a gente pode dar: área automotiva. A pessoa vai lá fazer a revisão do carro, vai ter o pessoal do som, quer arrumar o som, trocar o som, lavagem, higienização de ar condicionado, tudo no mesmo espaço. Você já parou o carro, vai ficar sem o carro, aproveita e faz tudo junto, explica.
Fonte: pequenas empresas, grandes negócios
